Frete aumenta 14% em Março
A Comissão de Equilíbrio Concorrencial do SETCERGS esteve reunida na tarde de quinta-feira, 06 de fevereiro, quando referendou a recomendação da Associação Nacional de Transporte e Logística (NTC & Logística) da necessidade de se recompor imediatamente as tarifas dos fretes em pelo menos 14,06%, medida essencial para a manutenção de seus compromissos e investimentos.
O coordenador da Comissão e Vice-Presidente de Transportes do SETCERGS, Jaime Krás Borges, relatou que participou no último dia 17 de janeiro de uma reunião na sede da NTC & Logística, em São Paulo. Naquele encontro houve um consenso geral da aplicação do percentual da 14,6% nos fretes, a partir do mês de março.
O dirigente do SETCERGS informou ainda que o DECOPE – Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC & Logística apurou nos últimos 12 meses, aumento acumulado de 7,85% nos custos operacionais de transporte rodoviário de cargas fracionadas (INCTF).
O óleo diesel foi o item que mais contou na hora de reajustar o valor. Sozinho, ele respondeu pelo aumento de 17,27% no preço do litro nas bombas. Os insumos que também colaboraram para esse aumento foram os salários de motoristas e ajudantes, com aumento acumulado de 10,22% e 10,23% respectivamente, as despesas administrativas (exceto salários) com 5,67%; salários administrativos com 10,12%; pneus com 12,7%; veículo com 6,87%; seguros com 6,07% e recapagem com 3,77%. Os demais insumos também tiveram aumentos, mas relativamente menores.
Por outro lado, pesquisa realizada pelo mesmo DECOPE, junto às empresas de transporte de carga fracionada, identificou defasagem de frete na ordem de 5,78% no ano de 2013, que é a diferença entre o frete efetivamente praticado e o custo necessário para remunerar a atividade. Isto porque no ano passado as empresas não obtiveram êxito na renegociação de seus acordos de preços com os clientes, principalmente pela diminuição do ritmo da atividade econômica nacional.
Carência de infraestrutura e motorista
O setor ainda tem como agravante de custos os gargalos da infraestrutura, que vêm reduzindo, sobremaneira, a produtividade. Para não enumerar todas as deficiências de infraestrutura, seguem algumas, tais como: restrições à circulação nos centros urbanos, que hoje alcançam mais de 100 municípios em todo Brasil, barreiras fiscais, a ineficiência nos terminais dos embarcadores e as questões trabalhistas, que ganharam várias exigências adicionais com a Lei 12.619 de junho de 2012.
Além da situação precária da infraestrutura rodoviária e portuária que as empresas têm que enfrentar, há uma grande escassez de mão de obra qualificada no setor, notadamente de motoristas.