GREVE : Câmara aprova moção de apoio à ocupação de escolas estaduais
Assinada por maioria dos parlamentares, a moção de apoio à luta dos servidores públicos do Estado, à greve dos professores e às ocupações das escolas pelas garantias funcionais da Educação, proposta pelo vereador Ricardo Santos (PCdoB), será encaminhada ao governador do Estado, José Ivo Sartori e à Assembleia Legislativa para ser repassada aos deputados.
A aprovação foi recebida com entusiásticos aplausos e toques de tambor pelos alunos do Colégio Estadual Félix da Cunha que participam da ocupação em defesa da educação, e pelos representantes do Centro de Professores do RS, Cpers/Sindicato.
Segundo Ricardo Santos, a ocupação é “uma manifestação popular que, junto ao movimento do Cpers defende a educação, a valorização dos profissionais e é contra o parcelamento dos salários e o sucateamento das escolas públicas”.
DISCURSO – Quase escondida sob uma touca e um casaco de frio, Bruna Alvareza, do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Félix da Cunha, deu uma aula de cidadania aos presentes. Começou seu discurso de forma tímida, mas foi se empolgando à medida que suas palavras eram respondidas com aplausos pelos colegas, professores e vereadores, e durante cerca de dez minutos explicou os motivos de participar junto com mais 25 alunos do movimento.
“Respeitem a educação, respeitem os professores. A maior arma é a educação. Sartori, eu não quero mais promessas, quero melhorias. É brincadeira parcelar em nove vezes o salário dos professores. Quero o salário em dia, para que eles voltem a trabalhar com um sorriso”.
Líder da ocupação no Colégio, junto com Flávia Eduarda Moreira, elas ajudam a coordenar as atividades, que contam com o apoio de muitos pais. “Ontem (06/05), alguns pais foram na escola reclamar que não tem aula, sentamos com eles e explicamos que o movimento não é só para ter aula, mas para ter qualidade no ensino, uma escola melhor também”, disse Flávia.
Os alunos, divididos em grupos, cuidam da alimentação, da limpeza do prédio e estão organizando salas que estavam inativas. Eles têm o apoio dos professores da própria escola e de estudantes das universidades Federal e Católica. Nos grupos de discussão surgem temas como política, identidade de gênero, feminismo e outros que consideram importantes, diz Bruna.