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sábado, 23 de novembro de 2024

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HANDEBOL : Um panorama sobre as dificuldades de sustentar essa paixão

13 maio
08:08 2020

Praticante da modalidade e treinador em categoria de base feminina, Ricardo Barbosa analisa o cenário estadual

Por: Henrique König

Praticado em muitas escolas, mas ignorado quando poderia avançar. É como se o Handebol fosse impedido de prosseguir além dos três passos possíveis com a bola em mãos, sem quicá-la, conforme a regra na modalidade. As dificuldades em incentivos e patrocínios fazem parte do cotidiano no esporte brasileiro. Quem conversa com o Diário da Manhã sobre o Handebol gaúcho é o praticante e auxiliar técnico da base do Brilhante, o historiador e hoje estudante de educação física, Ricardo Barbosa.

São dois anos trabalhando com o Handebol. A trajetória do profissional é curiosa, ligando a paixão pelo esporte desde as práticas no IF-Sul durante o ensino médio. Na faculdade, optou pelo curso de História, fundou a atlética do curso, se formou nele, concluiu mestrado, mas o mundo esportivo falou alto. Houve o incentivo para entrar para a ESEF e hoje ele é estudante da Educação Física para seguir firme na modalidade. Desde 2018, Ricardo também participa da APAH – Associação Pelotense de Amigos do Handebol.

Desde o final de 2019, ele integra a comissão técnica qualificada do Clube Brilhante, sendo auxiliar de Roger Martins. A treinadora responsável pelo Masculino Adulto é a ex-atleta Maria Rita. O Brilhante é o atual bicampeão estadual entre os homens.

Ricardo surpreende com o dado que aponta o Handebol Feminino como o mais competitivo do estado. Em relação ao Masculino, “possui praticamente o dobro de equipes, são pelo menos quatro quase de alto rendimento” e citou Novo Hamburgo e Capão da Canoa como grandes centros da modalidade no feminino, com resultados a nível nacional. Afirma que em NH há projeto integrado de escola para as equipes de competição e que a Sociedade Ginástica de Novo

Hamburgo também é bastante forte. Ainda declara que Santa Maria era florescente na modalidade em outras épocas e está querendo voltar.

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“Precisamos de políticas-públicas”

Panorama comum a tantas modalidades, o Handebol está inserido nesse contexto de problemas estruturais. O Rio Grande do Sul ainda aparece atrás de outros centros nacionais da modalidade, como São Paulo e Santa Catarina. “SC está bem estruturada e levando jogadores. É uma perda para nós, mas é uma oportunidade de crescimento para nossos atletas”, avalia Ricardo.

“Precisamos de políticas-públicas para poder competir com esses estados, ou vamos sempre perder atletas. Se o poder público não se envolve, o privado muito menos, não tem retorno. Nos falta visibilidade e consequentemente dinheiro”, lamenta.

Sobre a situação municipal, Ricardo conta que havia projetos firmados, como com o professor Ubirajara no Colégio Pelotense, mas que um dos problemas eram as iniciativas serem muito centradas nas figuras principais, sem continuidade de outros profissionais, conforme os primeiros envelheceram. “Por isso, hoje buscamos estruturar e fomentar as bases”, conclui Ricardo. Segundo ele, falta na cidade a visibilidade a longo prazo, a sequência dos iniciados da base em poder continuar praticando e competindo nas categorias adultas. O incentivo ao esporte é fundamental para alicerçar esses projetos.

Além do Brilhante, Ricardo elogia a equipe da APAH, que foi vice-campeã estadual, e o Colégio Tiradentes, vencedor no handebol de circuito realizado entre os colégios Tiradentes no estado.

Pandemia

“Iríamos levar cinco equipes do Brilhante para o Estadual. Do Feminino, a categoria cadete. No Masculino, as categorias cadete, juvenil, juniores e adulto. Agora estamos aguardando novas decisões em reuniões estaduais. Começamos a pandemia com treinos físicos diários, orientados pela internet. Depois, passamos para análises táticas. Estamos nos reinventando, mas sabemos que é difícil prender a atenção dos jovens sempre.”

Sobre um possível retorno, Ricardo não demonstra muito otimismo quanto aos próximos meses. “As competições devem ficar para o final do ano, se ocorrerem. Mas nossa responsabilidade, até do esporte como área vinculada à saúde, é zelar pela saúde das crianças e dos atletas em geral”, ponderou.

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