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sábado, 23 de novembro de 2024

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HIP HOP : Luta contra o racismo no vídeo “Gladiador”

HIP HOP  : Luta contra o racismo  no vídeo “Gladiador”
30 agosto
09:07 2021

Clipe é resposta ao racismo sofrido por atendente na vacinação contra a Covid-19

Por Carlos Cogoy

Negro deve andar a pé. Pobre! Negro! Chinelo! As ofensas ocorreram no dia 19 deste mês. À noite, Eduardo Amaro – em fase recente, tem se dedicado ao personagem Mister Negrinho -, e a companheira, foram vítimas de racismo. O casal solicitou um serviço de aplicativo, para deslocamento, e foi agredido pelo motorista. Conforme Amaro – filho da Griô Sirley Amaro, falecida há quase um ano -, a discussão começou quando o motorista não aceitou algumas observações ao vídeo que estava assistindo. O motorista estava atento a uma fala do presidente Jair Bolsonaro. Diante das alegações que o governo está sendo um desastre – mais de 570 mil óbitos na pandemia, botijão de gás passando de R$100,00, e litro da gasolina perto dos R$7,00 -, o motorista proferiu ofensas racistas. De acordo com Amaro, que está retomando o Rap como expressão, o episódio que permeia o cotidiano da comunidade negra, coincide com o videoclipe “Gladiador”, lançado neste mês. A letra critica o racismo, e o vídeo pode ser assistido no canal “Mister MC” no Youtube. Contatos com o artista: 9 8154.5442.

Eduardo Amaro retoma o Rap como expressão artística

GLADIADOR é baseado em fatos reais. No início de julho, a atendente de enfermagem Iara, que estava aplicando a vacina contra a Covid-19 no Centro de Eventos, foi vítima de racismo. O agressor recusou-se a ser vacinado pela mulher negra, e proferiu ofensas como “Negro só atrapalha”. O episódio foi gravado, e a divulgação das imagens, teve ampla repercussão. Amaro indignou-se e retomou o Rap – MC nos anos noventa, identificava-se como Radox -, e escreveu a letra de Gladiador, bem como criou o roteiro para o vídeo. Alguns dos versos: Todo Preto é sobrevivente / Todo preto é um elo forte na corrente/ Todo preto vivente no Brasil é vencedor/ Todo preto brasileiro é gladiador/ De uma cor que floresce e resiste à força do temporal/ Passarinho que voa de boa contra o vendaval/ Poesia escrita pelas mãos do criador/ Da terra nasceu um preto/ um preto gladiador/ O escudo é o Rap , a espada é o Trap/ Minha armadura é a rima / o meu flow/ A batalha é violenta, fraco não aguenta. O “beat” foi produzido por Laionel Pereira de Rio Grande, e a gravação ocorreu no estúdio CNR Produções.

VÍDEO foi gravado numa tarde de domingo, e conta com os atores profissionais Larissa Rosado, que interpreta uma gladiadora, e Cid Branco que personifica a “Morte”. “No clipe, a morte é branca, e traja veste escura. A ideia é lembrar que alguns brancos são responsáveis pela morte do planeta Terra. Por exemplo, morte da Amazônia, com a poluição e corrupção”. As locações ocorreram no centro histórico, imediações do Mercado Público. De acordo com Amaro, há algum tempo que ele desejava produzir algo no local, pois era no Mercado que os negros eram vendidos durante a escravidão. Já os prédios no entorno, conforme acrescenta, remetiam a filmes como “Gladiador” e “300”. O figurino da Larissa foi parceria com a loja de fantasias Camaleão.

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