HIP HOP : Rapper Dirty Lion divulga faixa do terceiro disco
“Respeita” está nas plataformas e a gravação do vídeo ocorreu em São Paulo
Por Carlos Cogoy
Se todos circulamos pelo mesmo globo /Jogando o mesmo jogo/ E a manha tá em sobreviver/ Então não vem paga de louco/ Segura um pouco, presta atenção no que a rua vai dizer/ não é porque fez faculdade/ Que vai cola aqui achando que é o dono da verdade/ na moral, vô te falar a verdade/ é o pobre que sustenta toda essa cidade/ Quem é que planta? Quem é que trampa? / Quem a base constrói? / Quem é que manja?. Alguns dos versos de “Respeita”, lançamento do rapper pelotense Dirty Lion (Leão Sujo), cujo videoclipe pode ser conferido no Youtube. A sonoridade, conforme o rapper, é o “estilo boom bap dos anos noventa”. Com 3,14 minutos, o Rap estará no terceiro disco “Kumatê Ray”, cujo lançamento está previsto para 2021. O clipe foi gravado em São Paulo, e teve a participação do DJ RM. A direção é de Anderson Silva, e produção musical de Paulo Junior.
PANDEMIA – Acerca do período de quarentena, Dirty Lion menciona: “Sobre a pandemia no Brasil, acho que a gente tá flexibilizando uma quarentena que, na verdade, nunca houve da forma correta. Se tivéssemos feito de forma adequada, não estaríamos com esse número absurdo de mortos, que prossegue aumentando. Nesse contexto, acho que a cultura será a última a voltar ao trabalho, como era antes da pandemia. Então não sei muito o que esperar. Por enquanto é focar em lives, e lançamentos de clipes e músicas no mundo digital, adaptando-se a esse novo momento. Eu tenho escrito, e estou finalizando o disco. E considero que não existe arte sem política, sem reflexões e sem uma carga existencial. Afinal, estamos vivos, vendo e sentindo. E nunca vou me silenciar diante as injustiças que estão entranhadas na nossa sociedade”.
TRAJETÓRIA – MC, artivista e “guardião de sementes”, Dirty Lion integrou o coletivo K-Zero Alternativo, que também reunia os rappers Pok Sombra e Zudizilla. O rapper pelotense escreve versos que abordam sobre a sociedade e a preservação ambiental. No primeiro álbum “NaturezAÇÃO” de 2013, apresentou diferentes vertentes musicais, ressaltando a ecologia como ponto central. Quatro anos depois, em “Mergulhe Fundo”, mostrou o Rap influenciado pela MPB, swing, samba rock e poesia. E Dirty Lion abriu shows de destaques nacionais, como Emicida, Flora Matos, Kamau e Rashid. Também apresentou-se em mais de dez Estados e, em 2014, participou do documentário “O Rap pelo Rap”, de Pedro Henrique Falero, e considerado um dos mais importantes sobre a cena Hip Hop.