Diário da Manhã

domingo, 24 de novembro de 2024

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Imigrantes senegaleses pedem ajuda da Câmara

04 dezembro
09:56 2015

Jovens senegaleses que tiveram o material de trabalho apreendido pelos fiscais da Prefeitura, na quarta-feira, no centro de Pelotas, estiveram na Câmara Municipal, para pedir ajuda dos vereadores.

Eles estavam acompanhados de Flávio Souza, que integra o movimento negro de Pelotas. Flávio explicou aos parlamentares a necessidade de recuperação dos objetos apreendidos, única fonte de renda dos jovens para comprar alimentos, pagar aluguel e enviar dinheiro aos familiares que ficaram no Senegal.

Eles foram recebidos pelos vereadores Ricardo Santos (PDT) e Ivan Duarte (PT) e pela assessoria do deputado estadual Catarina Paladini.

IMIGRANTES foram recebidos na manhã de ontem

IMIGRANTES foram recebidos na manhã de ontem

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Catarina já havia agendado reunião, na próxima segunda-feira, à tarde, com o secretário municipal de Justiça Social, Thiago Bündchen, para que seja encontrada uma solução. Os vereadores e os jovens senegaleses também estarão presentes.

Dame Gueye, que morou em Porto Alegre, e ajudou a fundar a Associação de Senegaleses da capital, era intérprete do grupo. Ele disse que a situação dos companheiros é muito difícil. Apesar de muitos terem curso superior, falarem diversos idiomas e terem disposição para trabalhar, têm sido constantemente recusados nos lugares onde se apresentam.

Em outros, as propostas chegam a ser vexatórias. Um deles, convidado a lecionar francês em um conhecido curso da cidade, recebeu a oferta de R$ 10,00 a hora. “Melhor trabalhar na rua do que ser explorado”, afirmou Dame Gueye, que é garçom e segurança particular.

Emocionado, Dame desabafou sobre sua experiência num restaurante em Porto Alegre que, num dia ruim, chega a receber 700 clientes: “falo quatro idiomas. Não é fácil um restaurante ter um garçom poliglota. Mas o dono não queria assinar minha carteira e queria me pagar R$ 200,00. Quando disse que assim não me interessava, ele me ofereceu R$ 300,00”.

No olhar de cada um, o medo pela incerteza do que virá. Sem condições de trabalhar, onde vão morar? Como se alimentarão? E como vão ajudar as famílias que esperam pela ajuda financeira que eles prometeram enviar quando se separaram de pais, esposas e filhos em busca da terra prometida?

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