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domingo, 19 de maio de 2024

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Inclusão de cadeirantes é realizada em centro de atividades físicas

Inclusão de cadeirantes é realizada em centro de atividades físicas
23 julho
08:57 2018

Os obstáculos existem.  As adversidades estão presentes no dia a dia. Mas como diz Maria Quitéria Corrêa de 35 anos, portadora de paralisia cerebral: “Os obstáculos eu driblo…”. De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro De Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 45 milhões de Pessoas com Deficiência (PCDs). Entre elas estão as que se declaram incapazes de andar, mais conhecidas como cadeirantes.

As dificuldades que um cadeirante enfrenta são inúmeras, entre elas a indiferença por parte de muitos. Infelizmente vivenciam-se episódios que comprovam o quanto as pessoas priorizam seus próprios interesses. Em meio a tal descaso, há quem demonstre respeito e empatia.  Na cidade de Pelotas, especificamente no bairro Santa Terezinha, localiza-se o Centro de Atividades Físicas Supera. O espaço vem desenvolvendo a base de esforço e apoio, uma relação de cuidado e atenção com o público cadeirante.

Uma das iniciativas é voltada para a ideia de acompanhamento médico gratuito para os alunos. Embora paguem pelo tratamento de atividade física funcional, dispõem gratuitamente de um profissional da saúde competente e completamente equipado para auxiliá-los na alimentação.

Antes de abrir o espaço, hoje localizado na rua Santa Clara nº 343, Santa Terezinha – Pelotas, o professor Nevton Pierre atendia seus alunos cadeirantes em casa. Maria Quitéria, já citada, fala sobre sua experiência: “Lá me sinto à vontade, recebendo todo carinho e apreço da parte de meu professor e outros profissionais. Meu instrutor fez seis meses de exercício em minha própria casa. Havia muitos movimentos que antes não conseguia fazer, hoje consigo. Estou há um ano e onze meses no Centro e continuo progredindo.”

A sensação de ser incluído e considerado prioridade é gratificante para os alunos. Esta experiência faz toda diferença. Matheus Leal de 22 anos, que frequenta o espaço a quase um ano, destaca: “A inclusão vai desde as adaptações que lá são feitas para que o cadeirante tenha qualidade nas atividades ao respeito que o professor mostra as minhas vontades. O interesse pelo aluno é claramente visto quando fazemos aulas ao ar livre e conversamos sobre meus pensamentos e minhas intenções. A inclusão e preocupação são realmente notórias.”

PROPOSTA visa “driblar os obstáculos” presentes no dia a dia

PROPOSTA visa “driblar os obstáculos” presentes no dia a dia

Os motivos dessa iniciativa? Nevton Pierre Silva de 45 anos, proprietário do centro, responde: “Cresci ouvindo meus pais dizendo quão importante era o respeito a todas as pessoas. Porém, crescemos e nos deparamos com a realidade. As coisas não funcionam de acordo com os ensinamentos que nos foram passados. Mesmo assim lembro do juramento profissional que fiz e com base nisso faço o melhor. O que espero de tudo isso é passar valores, amor, solidariedade e desde já fazer com que essas pessoas tenham vez e voz por onde quer que passem.”

Embora ainda haja displicência à inclusão, há expectativa. Tornar o impossível não tão impossível é algo admirável. Sensações antes desconhecidas ou perdidas devido à deficiência, agora se tornam verdadeiras. O que antes parecia abstrato, se torna real. O empenho leva à emoção, que gera esperança de fazer valer a pena.

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