Industriais gaúchos expressam a ministro necessidade de critérios objetivos na fiscalização do trabalho
FIERGS quer reverter o clima de “insegurança empresarial”
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, expressou nesta terça-feira (17) ao ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e a uma plateia de 1,6 mil pessoas que lotaram o Teatro do Sesi durante o Encontro Estadual de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que é preciso reverter o clima de insegurança empresarial. Motivado, segundo ele, por critérios subjetivos de fiscalização do trabalho. “Essa insegurança que se alastra precisa ser substituída por critérios objetivos, a fim de não desestimular e afugentar novos investimentos”, alertou.
Para Heitor José Müller, “lamentavelmente, nos deparamos com sucessivos episódios em que as empresas e os empreendedores são vistos como um ‘mal’. Talvez um ’mal necessário’, mas ainda assim, um mal”. A partir daí, tornam-se alvo de julgamentos subjetivos e contraditórios. “É preocupante a variedade de interpretações das normas existentes”, disse.
Propôs ainda um mutirão pelo desenvolvimento, com base no encontro de soluções viáveis que equacionem as questões atuais. “Isto é possível através da definição de critérios técnicos que proporcionem a necessária segurança para o crescimento das empresas. Segurança para crescer, e não para que as fábricas fechem seus portões. Aliás, nunca se viu uma indústria fechada reabrir”, observou.
Além disso, o presidente da FIERGS apresentou dados em relação ao êxodo populacional em pequenas cidades do País pela falta de oportunidades. Mostrou números comparativos aos censos do IBGE de 2000 e 2010: em 10 anos, 56,5% dos municípios gaúchos reduziram a população. “Em um exame mais profundo, verificamos que os municípios com menor participação da indústria na economia foram os que apresentaram redução de sua população”, ressaltou Müller. De acordo com ele, o número de habitantes caiu quando a média de participação da indústria no PIB municipal ficou no patamar de 17,5%. Nos municípios em que a população cresceu, a média de participação do PIB atingiu 24,5%. “Com toda a certeza, país sem indústria é país que não cresce. No Rio Grande do Sul, mantemos a expectativa de que seja possível remover as barreiras atuais para que se viabilize um forte e sustentado processo de industrialização”.
Müller e Dias também se reuniram com industriais gaúchos na sede da FIERGS. Dias confirmou que o governo federal age para tentar reverter o problema da falta de qualificação de muitos trabalhadores. Ainda este ano, irá abrir 500 mil novas vagas no Pronatec Trabalhador e 100 mil no JovemAprendiz. “O desafio agora é pela qualificação, melhorar a qualidade do emprego e dar acesso ao trabalhador à tecnologia de ponta”, comentou.