Diário da Manhã

Por Carlos Cogoy

A reverência ao escritor pelotense Francisco Lobo da Costa (1853/1888), além do empenho de pesquisadores e admiradores, está formalizado através do Instituto Francisco Lobo da Costa (IFLC). Criado em 2016, no sábado a entidade cultural estará completando dois anos. Para ressaltar a trajetória, nesta semana acontece programação comemorativa. Conforme a professora e autora Ângela Treptow Sapper, que preside o Instituto, no domingo houve a participação da abertura do acampamento escoteiro na Semana de Pelotas. O evento ocorreu no Parque da Baronesa. Ontem estava programada a visita à herma de Lobo da Costa – situada na convergência das ruas General Argolo e Almirante Barroso. Porém, devido à chuva, informa a presidenta Ângela Sapper, a cerimônia acontecerá dia 7 às 10h30min. Com 257 associados, o IFLC é pessoa jurídica de direito privado, organizado sob a forma de associação, com duração por tempo indeterminado e sem fins econômicos.

ATIVIDADES – De acordo com o calendário comemorativo, nesta terça ao meio-dia, romaria e visitação ao túmulo de Lobo da Costa, que está na ala antiga do cemitério São Francisco de Paula. Amanhã às 20h, jantar comemorativo ao segundo aniversário, que será realizado no salão nobre da Bibliotheca Pública Pelotense. O valor individual é de R$65,00, e o ingresso pode ser adquirido à rua 3 de Maio 969. Informações e reservas: 3229.2791; 9 9982.0613; 9 8103.4975. E-mail: [email protected]

SELO E FOTOS – Na quinta-feira às 17h30min, em sequência aos eventos, acontecerá o lançamento de selo comemorativo. Como local, a sede dos Correios à rua Tiradentes. E na sexta às 9h45min, abertura da exposição fotográfica do IFLC, que poderá ser visitada até as 22h.

Diretoria contava com o pesquisador Luisinho Borges

REALIZAÇÕES – A professora Ângela Sapper menciona: “Os Saraus começaram em 2016 e foram realizados no Clube Caixeiral, tanto naquele ano, como ano passado e neste início de 2018. Neste ano, desde junho, passaram para a Bibliotheca Pública, mantendo o horário das 19h30min, e na última quarta-feira do mês. A exceção foi no primeiro mês, quando o sarau foi realizado no dia 18, assinalando os 130 anos de falecimento do nosso Lobo da Costa. Em julho, devido à intensa programação de aniversário do Instituto, não haverá sarau no final do mês. O próximo será em 29 de agosto. Todo sarau é totalmente gratuito”.

DIRETORIA – A diretoria executiva do IFLC reúne a presidente Ângela Treptow Sapper, vice-presidente Carlos Eugênio Costa da Silva, primeira-secretária Rosane Vargas, segundo secretário Wágner Luís Alves, primeiro-tesoureiro Márcia Vargas, e segundo-tesoureiro Lucas Guidace Cardona. Como diretores-gerais: Inalva Fróes; Gilnei Oleiro Correa; Marcos Giliardi; Fábio Amaro da Silveira Duval; Marilu Duarte; Janice Antunes; Paulo Pencarinha de Moraes; Estevina Matarredona da Silva; Astrogildo Pinto; Charlie Rayné; Inês Ouza; Fernanda Azevedo de Souza; Nelson Morais Granada; Ramão Costa; Rui Moreira Barbosa; Sedeni Moraes; Ulisses Coelho; Nara Cristina Nunes Borges; Nicole Oliveira e Luís Borges – in memorian.

HISTÓRICO – Nos anos noventa, através do Núcleo de Estudos Literários e Linguísticos (NELL) do IFSul, a professora Ângela Sapper conta que estimulou o estudo da obra de Lobo da Costa no programa curricular. E o estudo também chegou à UCPel. Em 2003 foi criada a Confraria Francisco Lobo da Costa, que aprimorou o estudo e também a encenação da obra. A confraria seria a base para o surgimento do IFLC.

IFLC não tem mensalidade. Para associar-se, basta o preenchimento de ficha com dados pessoais. O objetivo do instituto é preservar, valorizar e divulgar a memória e a obra do poeta Francisco Lobo da Costa. Para isso, a promoção de cursos, debates, pesquisas e publicações

TEATRO (Foto), com a encenação da obra de Lobo da Costa. De acordo com a professora Ângela Sapper, “Espinhos D’Alma” começou a ser apresentada pela Confraria Lobo da Costa, e chegou a ser exibida nos teatros Sete de Abril e Guarany. Desde a criação do IFLC, também houve encenações nas quartas literárias no Caixeiral

Poeta Lobo da Costa

Essencialmente romântico, o autor pelotense Francisco Lobo da Costa (1853/1888), ainda é enaltecido pela morte trágica, imerso no sofrimento, trôpego pelas ruas. Versão que não é unanimidade entre pesquisadores. Para conhecer a obra do escritor, uma publicação é fundamental: “Lobo da Costa – Obra Completa”, organizada pelos professores Jandir Zanotelli e Ângela Sapper, e publicado pela Educat em 2003. Também é referência, uma obra publicada em 1953: “Aspectos da vida e obra de Lobo da Costa”, autoria do irmão Elvo Clemente. Nos anos oitenta, o diretor teatral Valter Sobreiro Jr, encenou “Em nome de Francisco”, que também apareceria em livro. E, em 1999, o escritor, jornalista e artista visual Manoel Magalhões, baseou-se em aspectos biográficos de Lobo da Costa, para escrever o romance “O abismo na gaveta”, publicação da Livraria Café Pelotas.

HOMENAGENS – A 12 de julho, quando transcorre o nascimento do escritor, desde 2013 é celebrado o Dia do Poeta Pelotense. No sesquicentenário do poeta em 2003, foi descerrada placa no local aonde está a herma do escritor, na confluência das ruas Argolo e Barroso. Outra placa está afixada na Bibliotheca Pública Pelotense, apresentando as datas de nascimento e morte, bem como o texto de Lobo da Costa: “Troquem-se as dores em beijos, do luto arranque-se o véu! Irmãos, o preito é devido: quem socorre o desvalido sobe um degrau para o céu!”.

Grupo reunido no jantar comemorativo realizado em 2017