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domingo, 17 de novembro de 2024

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“Ir para o Japão foi um erro” : Sinoê espera rescisão de contrato com japoneses para voltar a jogar futsal na temporada de 2017

10 outubro
09:20 2016

Sem jogar profissionalmente no momento, depois de ter decidido rescindir contrato com o Nagoya Oceans, do Japão, Sinoê Alves Avencurt, 32 anos, não pensa em encerrar a carreira. Ele pretende voltar às quadras em 2017, depois de superado o entrave jurídico com os japoneses. Enquanto isso, o jogador cuida de um projeto, que deve ser sua atividade no futuro: a escolinha de futsal para jovens (meninos e meninas) de cinco a 15 anos no Capão do Leão.

Sinoê espera romper contrato com time japonês e voltar a jogar em alto nível em 2017

Sinoê espera romper contrato com time japonês e voltar a jogar em alto nível em 2017

Sinoê se sente motivado para retornar ao futsal no próximo ano. “Quero voltar a jogar, retomar minha profissão. Estou sempre querendo ganhar, competir. Vou voltar a jogar em alto nível e penso em retornar à seleção brasileira”, afirma. Com a camisa do Brasil (país), o pivô jogou cerca de 50 partidas em quatro anos – entre 2011 e 2014. Ganhou dois títulos do Grand Prix de Futsal (2013 e 2014), também foi campeão sul-americano em torneio realizado no Chile.

Jogador de equipes de ponta do futsal brasileiro – como ACBF (Associação Carlos Barbosa de Futsal), Intelli de Orlândia/SP e Joinville -, Sinoê considera um erro ter aceitado o convite para jogar no Japão. “Pensei no dinheiro, mas chegando ao Japão, eu vi que a vida não é só dinheiro”, afirma. O motivo do arrependimento, segundo ele, foi a ausência da família. “Ficar longe da família (esposa Paula; e as filhas Júlia, de 15 anos; e Lívia, de seis) foi muito complicado. Foi um erro ter ido para o Japão”.

Agora, Sinoê espera pela rescisão de contrato para poder assinar compromisso com outra equipe. “A questão está com meus advogados, que negociam com os advogados deles (time do Japão), já que não houve acordo para a rescisão do contrato. Eles não abriram mão”, completa. Enquanto isso, o jogador disputa torneios amistosos, coloca em prática o projeto da escolinha de futsal Sinoê 10 e curte a família.

Futsal nacional em crise

Sinoê tem uma postura crítica em relação à organização do futsal brasileiro. Até por isso não se surpreendeu com a eliminação precoce do Brasil para o Irã na recente Copa do Mundo, que foi realizada na Colômbia. “Para quem só acompanha os resultados do futsal pode ter sido uma surpresa. Mas a gente sabe que estava havendo um crescimento mundialmente do futsal, não só no trabalho de base, mas também de organização”, afirma.

O jogador cita um exemplo que mostra a carência organizacional do futsal brasileiro. “A Confederação deve cerca de R$ 6 milhões aos jogadores, que são pagos por jogo. Eu mesmo tenho um bom dinheiro para receber da CBFS, que alega não ter dinheiro para pagar, porque ficou sem patrocinador”, completa. Sinoê lembra também de times importantes no futsal gaúcho (como UCS e Horizontina) que fecharam o departamento de futsal adulto. Sinais da crise.

Títulos nacionais e mundial

Campeão da Liga Nacional por duas vezes, campeão mundial e jogos pela seleção brasileira. Ter um currículo assim é o objetivo de qualquer jogador de futsal. Mas para chegar a esse status Sinoê teve que correr muito e fazer algumas escolhas. Uma delas foi optar pela quadra ao invés do campo. “Fiquei pai muito cedo, aos 16 anos, e tive que optar pelo futsal, porque eu poderia trabalhar e jogar nos fins de semana”, afirma.

Sinoê tem dinheiro a receber da CBFS por jogos pela seleção

Sinoê tem dinheiro a receber da CBFS por jogos pela seleção

Depois de ter começado nas escolinhas do Caixeira e Agremiação, Sinôe foi para o campo e jogou na categoria sub-17 do Brasil e passou também pelo Juventude. Quando escolheu retornar ao futsal, ele ganhou destaque jogando pela Seleção de Canguçu na Taça Zona Sul. Em seguida foi para a UCPel, onde faturou dois títulos estaduais – Prata e Prata/Ouro Unificada em 2006/2007.

O salto de qualidade na carreira chegou com a contratação pela ACBF em 2008. Sinoê ficou em Carlos Barbosa até 2012, quando, no ano seguinte, se transferiu para a Intelli, de Orlândia. Depois de ganhar mais um título brasileiro – desta vez pela equipe paulista -, o pivô retornou à ACBF. Em 2015, ele vestiu a camisa do Joinville e, neste ano, teve a experiência frustrada de jogar no futsal japonês.

Página 4 foto 3Escolinha

A Escolinha Sinoê 10 já conta com 90 jovens inscritos. As atividades são realizadas numa cancha de grama no campo do Oito de Outubro do Capão do Leão. “Trabalhamos os fundamentos do futsal, mas que podem ser úteis também para o campo”, afirma o agora instrutor Sinoê (foto). “O projeto tem também a finalidade social, porque a violência e o uso de drogas são altos para uma cidade pequena como Capão do Leão”, diz. A mensalidade é de R$ 30,00. O contato pode ser feito pelos telefones 9966-1662 (Vivo) e 8466-7177 (Oi) ou pelo facebook Sinoê 10.

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