Diário da Manhã

terça, 24 de dezembro de 2024

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Ìyá Sandrali está na equipe de transição do governo

29 novembro
09:05 2022

Ex-candidata a vice-prefeita, Sandrali Bueno integra o grupo temático Mulheres

Por : Carlos Cogoy

Liderança da comunidade negra, e da religiosidade de matriz africana, a psicóloga e educadora Sandrali de Campos Bueno – concorreu a vice-prefeita na candidatura do PT em 2020 -, é uma das doze integrantes da coordenação do grupo temático Mulheres, da transição de governo do Poder Executivo Federal. O convite para o GT, foi da coordenação nacional do Movimento Negro Unificado (MNU). Conforme a Ìyá Sandrali, as reuniões têm sido diárias, e acontecem à tarde. Até o momento, a sua participação tem sido de forma remota. Além dos compromissos com o GT, que conta ainda conta com quinze voluntárias, também já houve encontro da coordenação geral dos grupos, e “reunião de escuta das organizações de mulheres da sociedade civil”.

MINISTÉRIO DAS MULHERES – Sandrali, que concorreu a uma cadeira na Assembleia Legislativa neste ano, informa sobre a participação no GT Mulheres: “A principal contribuição é colocar todo conhecimento e trajetória, enquanto mulher negra, de terreiro, feminista e antirracista, forjada na luta por uma sociedade plural, circularmente inclusiva e radicalmente amorosa, à disposição da produção de subsídios. Assim, como objetivo, resgatar as conquistas das mulheres, implementadas nos governos Lula e Dilma, especialmente no enfrentamento da violência em todas suas nuances, desde a violência doméstica até a violência política, que se enraizou a partir do golpe nos governos que sucederam ao golpe misógino, que destituiu a primeira mulher presidenta do Brasil. Com isso, quero afirmar que as contribuições estão embasadas naquilo que as mulheres brasileiras disseram, através do voto, e da confiança de que, nada sobre nós, será sem a nossa participação. Portanto, não abriremos mão do Ministério das Mulheres”.

COLETIVIDADE – A oportunidade do debate acerca de políticas públicas, diante de um novo governo no País, é avaliada por Sandrali: “Significa cumprir com a máxima, que pauta minha vida, enquanto servidora pública, ou seja, servir ao público com o melhor cardápio que aprendi como sujeita coletiva. Então, exercitando a possibilidade de construir um projeto político emancipatório, antirracista e feminista e radicalmente democrático. Significa a retomada da esperança, contribuindo para que todo brasileiro possa ter orgulho de sua nacionalidade”.

LIVRO – No início deste mês, Sandrali autografou “Pelo direito de ser quem sou: um ser coletivo” (252 páginas). O livro, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, tem como organizadoras: Izabel Belloc; Andressa Mourão Duart; Joanna Burigo; Nina Fola. A autora menciona: “O texto representa minha própria circularidade nos lugares por onde tenho transitado, e me constituído como alguém com alteridade, na luta radicalmente amorosa, ofertando o melhor que aprendi na troca de saberes e experiências. Muitas pessoas irão reconhecer trechos já ouvidos nas vezes que fiz deles a minha fala, bem como o meu fazer político de denúncia e anúncio, no exercício da arma mais poderosa que disponho: o rigor do princípio civilizatório da oralidade, legado das minhas ancestrais”. O volume pode ser adquirido no site: editorazouk.com.br

AUTORA é especialista em criminologia, secretária-executiva do Conselho do Povo de Terreiro/RS, coordenadora estadual do GT Mulheres de Axé da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde. Também é a coordenadora de formação no MNU no Estado. Em Pelotas, é conselheira do Conselho Municipal do Povo de Terreiro, e idealizadora do Coletivo Antirracista “O Melhor de Cada Uma”.

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