Juliano exalta grupo do Pelotas, vê com naturalidade as críticas e aponta solução coletiva: “não podemos ser reféns de um ou outro jogador”
Por: Henrique König
O meia Juliano é um dos destaques do Pelotas desde a Copa Verardi em 2019. Quando o Pelotas parecia que não teria forças em um começo tumultuado naquela competição, o jogador foi um dos pilares para melhora técnica da equipe que se sagrou campeã naquele torneio estadual e chegou para disputa da Série D.
Apesar do mau Campeonato Gaúcho realizado pelo Lobão, Juliano é um dos remanescentes e, juntamente com os novos companheiros, tenta dar liga para o Pelotas sonhar com as classificações e a luta pelo acesso para Série C. Autor do gol diante do Joinville, na vitória por 1×0, na 4ª rodada, ele atendeu à imprensa. Recuperado de lesão, quando foi desfalque na derrota da 3ª rodada, comentou sobre retorno ao time:
“Foi um sacrifício feito que valeu a pena, pelo gol e pela vitória. O grupo foi coroado com o resultado, fiquei feliz por poder atuar, não senti tanta dor e conseguimos os três pontos.”
Sobre a movimentação tática, Juliano está de acordo que possui certa liberdade para atuar: “A gente não fica tão preso, em posição fixa. Posso trazer do lado esquerdo para dentro ou vice-versa. Então, dentro da partida consigo variar bastante.”
Apesar das duas vitórias somadas na competição, elas vieram através de um gol contra do Marcílio Dias, que se defendia na estreia com jogador a menos, e depois, contra o Joinville, Juliano precisou sofrer e converter o pênalti. A bola está chegando pouco ao ataque? “Acho que nosso time está equilibrado,
estamos valorizando a posse, talvez devemos agredir mais o adversário pra transparecer nosso uso do campo de ataque.”
O tempo é o principal assunto dos escritores gaúchos, como teceram suas linhas Erico Verissimo e Mário Quintana, por exemplo. No futebol, os calendários extensos pautaram o tempo de preparação. O Pelotas corre contra o tempo, Juliano? “Acho que não, nosso time está entrosado, podemos ver dentro das partidas, mesmo quando perdendo, creio que conseguimos jogar bem. Sabemos lidar com as críticas, no futebol há mais críticos do que em qualquer outra coisa.”
“A gente sente a ausência do Hugo Sanches e do Gustavo Sapeka (atacantes lesionados), mas nosso grupo é muito qualificado e bem servido. Não cai só sobre meus ombros ou do Marcão”, respondeu Juliano sobre os desfalques nessa primeira fase da Série D. O meia-atacante Mila também vem se recuperando de lesão.
Juliano destaca psicologicamente a confiança como ideal para o Pelotas se manter forte na competição. Em campo, a marcação alta é um dos trunfos: “Isso é uma característica que o Ricardo (Colbachini) nos passou desde o início e assimilamos rápido.”
O meia também valorizou a inteligência do lateral esquerdo Gabiga, atleta fundamental na movimentação com Juliano e nas trocas, tanto com a bola, quanto, por vezes, na inversão da marcação. “Temos que encontrar maneiras de fazer as jogadas. Não podemos ser reféns do Juliano, ou do Marcão, ou do Itaqui.”
O Pelotas, que procura nas variáveis o valor de X, volta a campo contra o São Luiz de Ijuí, no sábado à tarde, pela 5ª rodada da Série D. Os rubros possuem 7 pontos e o Lobo vem logo na sequência com 6, ambos na zona de classificação.