Diário da Manhã

domingo, 17 de novembro de 2024

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KATANGAS NOVA GERAÇÃO : Espaço para atividades culturais e solidárias

30 março
08:43 2016

Por Carlos Cogoy

O número 1 da rua Coronel Alberto Rosa, à margem do canal São Gonçalo, tem mais de 25 anos de história. Situado nas imediações do “Quadrado”, espaço democrático de arte, lazer e integração com a natureza, o Katangas foi idealizado por Jorge Luis Chagas Oliveira. Conhecido como “Hélio” – falecido em outubro aos 52 anos -, ele na década de oitenta foi segurança e porteiro na então “boate do Direito”.

Patrícia Alves, Eliomar e Aida Oliveira, filhos do “Hélio” (painel)

Patrícia Alves, Eliomar e Aida Oliveira, filhos do “Hélio” (painel)

O convívio com a juventude universitária, além de proporcionar amizades que se estenderiam pelo resto da vida, contribuiu para popularizar a figura do “Hélio”. Nos anos noventa, com autorização da Marinha, estabeleceu pequeno quiosque nas Doquinhas. Para identificar o local, o “Hélio” buscou designação africana. Era o surgimento do “Katangas”, espaço que está consagrado como patrimônio da cultura afro-pelotense. Neste ano, três dos sete filhos do Hélio, estão divulgando a sequência das atividades. Patrícia Alves, Aida Oliveira e Eliomar Alves, estão à frente do Katangas Nova Geração.

PROJETOS – Em janeiro, o “Katangas” sediou mais uma edição do festival “Relax”. O evento, que estava programado desde 2015, além de reunir centenas de jovens ao som da música eletrônica, proporcionou melhorias. Aida Oliveira salienta que os organizadores doaram as lixeiras, tubulação com pneus e edificaram nova cerca com bambus. A estrutura tem sido aprimorada e, a exemplo do “Hélio” – limpou a área até então abandonada, e tomou a iniciativa de plantar a grama e variedade de árvores -, os filhos também estão empenhados na manutenção e benfeitorias.

Os irmãos frisam que prosseguirão com as promoções do pai. Ele arrecadava brinquedos para festas junina, da criança e Natal, destinadas à comunidade das Doquinhas. Como espaço cultural, Katangas está aberto para shows, exposições, oficinas, sessões de autógrafos, rodas de conversa. No local, painel lembra o Hélio, e a autoria é de Guilherme ‘Ges’. O funcionamento é das 13h30min até 20h, segunda a segunda. Como bar, petiscos, churrasquinho e cerveja. Informações: 3278.6620; 3278.6986 (orelhão).

NECESSIDADES – Os irmãos reivindicam mais segurança no local, e o calçamento ou asfaltamento do trecho que liga a rua Conde de Porto Alegre até o Quadrado. No fim de semana, o percurso com trezentos metros tem movimento intenso.

EXEMPLO – Hélio cursou até o quinto ano. Orgulhava-se da filha Patrícia, formada em artes visuais na UFPel. Professora em Florianópolis, ela estará acompanhando os irmãos a distância. “O pai foi um visionário, que buscou ter voz e foi atrás. Do seu jeito, resistiu à opressão. Ele lamentava que não teve oportunidade para estudar, então me apoiava bastante”, diz ela. Hélio ainda chegou a ver a filha Aida também chegar à universidade, onde está cursando dança. Para ela, que destaca o apoio do companheiro Filipe de Souza, o pai foi um “lutador que sempre auxiliou a comunidade. Além das festas, também em situações como as enchentes. Como ele, seguirei na busca dos meus ideais”.

Katangas em nova fase mantém o compromisso com a comunidade

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