Diário da Manhã

Domingo às 14h, lançamento de livro no 37º Piquenique Cultural à Praça Cel. Pedro Osório

Por Carlos Cogoy

A Maquiagem Cerebral das Rosas Ricas, Esgoto, Sem Farda, Na Areia e 49. Alguns dos poemas do autor pelotense Pedro Ferret (18 anos), que integram o seu livro de estreia “Versos sobre o ser animal – amor, política e autocrítica”.  Nascido numa família criativa, Pedro é o caçula dos irmãos “Serginho Ferret” – dedilha o inusitado vassourolão -, e o humorista Décio Ferret que, após longa estada no centro do País, está de volta à cidade natal e tem apresentado espetáculos no Bud Bar. Há três anos dedicando-se à literatura, Pedro menciona que o livro com oitenta páginas será comercializado ao custo de R$10,00. O autor acrescenta que o material é inédito, e o livro independente tem recebido apoio dos irmãos.  “Almejo retorno financeiro, mas principalmente quero ver a reação do público que não conhece o meu trabalho”, diz. O lançamento será domingo a partir das 14h no 37º Piquenique Cultural, que será realizado na Praça Cel. Pedro Osório.

ESCREVER – O autor informa que já produziu 62 poemas, sendo que 52 estarão no livro de estreia. Caderno na mochila e celular no bolso. Para o jovem poeta, a inspiração acontece nos mais variados momentos. Ele explica: “Uma ideia pode surgir a qualquer momento, em qualquer lugar. É muito difícil sentar em frente à máquina de escrever e criar algo do nada”. Pedro observa: “Me considero um leitor, pois é muito importante conhecer o máximo de material possível para evoluir. O interesse pela leitura surgiu na escola e, em casa, quando eu estava em busca de novas histórias. Comecei a fazer por vontade própria, aos treze para catorze anos. No começo eram versos, contos e crônicas mais românticos, depois se tornaram mais depressivos e políticos. Tenho poemas longos e curtos, abordando temas sociais e políticos, bem como meus sentimentos e conclusões sobre a vida. Conheço alguns autores ‘marginais’, gosto muito de poema críticos e políticos. E sou muito influenciado pela cultura Pop, mas sempre procurando autores literários que ainda não conheço. E considero que fui bastante influenciado pelas aulas de filosofia, o lugar onde eu podia criar e recitar alguns dos versos”.

CRÍTICA – Morador no Laranjal, Pedro é aluno da formação “Educação de Jovens e Adultos” (EJA) no Colégio Municipal Pelotense. Ele divide seu tempo entre a conclusão do estudo, e as criações poéticas. Admirador do trabalho artístico dos irmãos, conta que pretende cursar letras ou jornalismo. Enquanto não chega à universidade, mantém-se atento aos versos que emanam das observações cotidianas. O registro tanto pode ser numa máquina de datilografia, quanto no bloco de notas do celular. Ele esclarece sobre o processo criativo: “Depende muito do poema, alguns faço rapidamente numa noite, outros demoro dias pensando”. Em relação a temas que o provocam à criação literária, Pedro destaca a turbulenta conjuntura política do País.  “No Brasil atual as questões políticas incomodam muito os jovens, que não aceitaram o governo que tomou o poder. As questões sociais também geram muitas discussões nessa geração que está ficando cada vez mais polarizada”.

PROJETOS – O escritor também afirma que, à medida que o trabalho literário for evoluindo e amadurecendo, pretende participar dos editais de políticas públicas da Secretaria Municipal de Cultura (Secult). O poeta conclui: “Escrever é uma arte e a poesia é a forma do artista manifestar seus sentimentos e suas críticas sociais. A poesia pode mudar a realidade debatendo certos temas e assim gerando indignação na população”.