LIBERDADE ECONÔMICA : Aliança Pelotas repudia decreto restritivo
Membros representantes das dez entidades de classe dos segmentos produtivos locais que integram a Aliança Pelotas estão promovendo reuniões desde o fim da tarde de terça-feira para buscar alternativas que mitiguem os efeitos do decreto restritivo anunciado pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), prevendo o cerceamento das atividades comerciais e liberdade econômica.
O grupo discorda com a decisão e critica a imposição das duras medidas, alegando que o Comitê de Enfrentamento Municipal à Pandemia, um fórum de debates com a participação de todos os agentes públicos e privados envolvidos no tema, não teve a oportunidade de participar das discussões que levaram à promulgação do decreto.
“Entendemos que as medidas não vão trazer efeito suficiente no número de casos confirmados. No entanto, trarão graves consequências para a economia que vem sendo afetada em nosso município. Não há qualquer outro lugar no Estado, senão no País, que se esteja tomando medidas tão drásticas de cerceamento à atividade produtiva. Isso mostra, na conduta de outros gestores públicos, que o dito lockdown não traz os resultados esperados para solucionar a saúde, apenas agrava a situação econômica e social”, defendeu o coordenador da Aliança, Fabrício Iribarrem. O coordenador ainda mencionou que a época do ano é a mais promissora para o setor produtivo, onde se esperava recuperar um pouco das perdas e lembrou que foi justamente nas atividades comerciais onde se viu os protocolos implantados com mais veemência e, agora, s erá a mais punida.
AO CLASSIFICAR como negativa posição do Executivo, o grupo de empresários elenca os graves efeitos psicológicos impostos à população já desgastada e no limiar da capacidade de absorver tamanhas incertezas e determinações que estão sendo modificadas a cada dia. “Há pouco tempo atrás todos fomos convocados a sairmos às ruas para votar, em dois turnos. Agora sequer é possível comprar bens no comércio ou desfrutar de forma isolada e segura de parques e espaços públicos”, disse o assessor jurídico da Aliança, Guilherme Moncks.
O tema eleições, inclusive, é recorrente nos debates e vem sendo fortemente vinculado ao aumento de casos confirmados com a doença no município. A unanimidade dos representantes lamenta a forma inadequada como os políticos pelotenses cumpriram os protocolos sanitários, gerando aglomerações para as atividades de campanha e desprezando o uso dos equipamentos de segurança, como máscara e álcool gel, segundo eles, fortemente fiscalizados nos estabelecimentos comerciais de Pelotas. “Nós não geramos esse agravamento do quadro. Não temos a mínima participação nestas ações que promoveram o vírus. Mas, agora, esse ônus veio parar dentro das nossas empresas e com uma conta pesada a ser saudada, sob pena de multas e ameaças. É lamentável”, disse o presidente do Cipel, Amadeu Fernandes.
A ALIANÇA defende, no entanto, uma nova postura dos gestores municipais, como aumento dos horários de funcionamento em comércios e restaurantes e mais equilíbrio para contornar a situação de lotação nos hospitais. A administração do número de leitos, no entendimento do grupo, deve ser feita com base na totalidade disponível na região e no Estado e não somente levando-se em conta os leitos exclusivos Covid ou aqueles fechados há pouco tempo. Ainda, a imediata retomada dos números de UTIs que estavam em funcionamento anteriormente, as quais, conforme a Aliança, jamais deveriam ter sido desestruturadas, o que acabou por mais uma vez comprometer o atendimento a sociedade. A adoção do protocolo de manejo preventivo da Covid na atenção primária, como forma de desagravar os casos dos pacientes, também é defendida pelo grupo.