LIVRO : A natureza como fonte estética de forma e cor
Por Carlos Cogoy
Coletar, investigar e imprimir. Etapas do processo de criação artística da pelotense Maria da Graça Gularte. Desde a infância ligada à natureza, ela tem desenvolvido repertório que, a partir da valorização ambiental, resulta em novas formas e cores. A sua proposta está registrada no livro digital “Passeios pela impressão botânica”, cujo lançamento acontece em live, programada para 19h desta sexta. Além da autora, também estarão participando as convidadas: Mariana Medeiros; Marcia Sousa. Como mediadora, Camila Hein, autora das fotos que integram o livro. Para assistir, acesse o canal Artistas Visuais Satolep no Youtube.
LIVRO é ilustrado, tem 26 páginas, e será disponibilizado em PDF. Para o download, acesse Maria da Graça Gularte no Facebook. A autora acrescenta que ainda está definindo a publicação noutras plataformas digitais. No volume, produção textual de Maria da Graça e Lúcio Kerber Canabarro. Revisão foi de Carla Borin, e Camila Hein também realizou a concepção gráfica e diagramação. A publicação é pela editora Terra Sana. O projeto é sequência ao trabalho de conclusão de curso de Maria da Graça, no bacharelado em artes visuais, e originalmente seria através de encontros presenciais. Porém, com a pandemia, foi transformado num livro digital. A proposta foi viabilizada através do Edital de Criação e Formação Diversidade das Culturas, realizado com recurso da Lei n. 14.017/20, Lei Aldir Blanc, e da SEDAC/RS.
NATUREZA – No volume constam abordagens – ilustradas -, como: Pigmentos vegetais; Para extrair com álcool de cereais; Impressão botânica no papel; Solução; Flores, folhas que podem ser usadas; Dicas de boas práticas; Técnicas; Das surpresas tintoriais; Plantas medicinais. A autora escreve sobre “Das surpresas tintoriais”: a flor da capuchinha laranja gera a cor verde após aquecida; As mamonas geram tons amarelos; O maracujá nos surpreende com pigmentação roxa; O cosmo produz o laranja uma vez prensado e aquecido.
TRAJETÓRIA – Maria da Graça conta que, na infância, residiu na região do Porto. A seguir, foi moradora da Cohab. E atualmente está no Laranjal. Na escola, dois professores foram fundamentais na formação: artes e história. A ligação com a natureza remonta às ervas e chás, sempre presentes na casa dos avós. Porém, somente ao ingressar na UFPel – atualmente cursa a licenciatura em artes visuais -, é que começou a explorar pigmentos naturais. Entre os trabalhos: “Andanças I” (2015/19), usando técnicas de carimbo; “Andanças II” (2014/19); impressão em algodão (2015/19); “Cabine”, que permitia ao espectador sentar e desfrutar de imagens e aromas; “O livro do chá” (2015); “Sacos Medicinais” (2016). Ela já participou de exposições coletivas.
PRESERVAR é o recado de Maria da Graça, que orienta para o trabalho com folhas caídas ao solo, evitando-se as plantas tóxicas. Trecho do livro: “Resgatar a materialidade do que usamos, muitas vezes levianamente, é um exercício diário que pode apontar para mudanças de percepção e comportamento”.