LIVRO : A paixão pelo Xavante em contos e crônicas
Compositor, músico e autor César Lascano, preside a Torcida Máfia Xavante
Por Carlos Cogoy
Em 164 páginas, treze contos e cinco crônicas, mesclando ficção e episódios que marcaram a trajetória do Grêmio Esportivo Brasil. O livro “Contos da Arquibancada”, autoria do músico, compositor e escritor pelotense César Lascano, também é ilustrado com manchetes sobre o “Xavante” na imprensa. Escrito entre 2013 e 16, o livro é prefaciado pelo poeta e escritor Valder Valeirão. A publicação é independente, e pode ser adquirida na loja Sou Xavante – desconto para sócios em dia do G.E.B. – Livraria Monquelat, Sebo Icária, Café Aquários, Livraria Vanguarda – lojas em Pelotas e Rio Grande. Na internet: https://contosdaarquibancada.com.br
LITERATURA que empolgou Lascano, foi a dos russos Anton Tchekhov (1860/1904), e Leon Tolstói (1828/1910). Entre os brasileiros, Machado de Assis (1839/1908), e o gaúcho Charles Kiefer. Como destaque na narrativa literária no formato conto, menciona o francês Guy de Maupassant (1850/1893). Já em relação aos autores que abordam o futebol, salienta o uruguaio Eduardo Galeano (1940/2015), Nelson Rodrigues (1912/1980), jaguarense Aldyr Garcia Schlee (1934/2018) e o “colorado” Luis Fernando Verissimo. “Tudo o que havia como publicação, envolvendo o Brasil, era de cunho documental, historiográfico. São livros que trazem a história de campanhas, momentos históricos e afins. No âmbito da literatura de ficção, o meu trabalho está na vanguarda. Embora, observando que há uma certa versatilidade nesse sentido, pois vários contos partem de situações reais na história do Xavante. Como exemplo, os contos ‘Carnaval de 61’, ‘Estádio de Barro’ e ‘Superstições’, que se passam nos anos de 1961, 1977 e 1997, e apresentam importantes passagens do meu time do coração. Ainda no sentido documental, o livro tem uma ferramenta valorosa pois, entre os contos e crônicas, estão reproduções de recortes de jornais, material que foi consta no acervo da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP). São detalhes de considerável riqueza, fruto de pesquisa feita com muita atenção e carinho, buscando as manchetes jornalísticas de todas essas passagens históricas que estão no livro. A ideia é justamente causar uma pequena ‘confusão’ no leitor, mesclando ficção e fatos reais da história”, explica Lascano.
TORCEDOR rubro-negro desde a infância, a partir de 2003, ele passou a integrar a Torcida Máfia Xavante. Em alguns momentos, Lascano afastou-se mas retomou o vínculo e, desde outubro, está presidindo a TMX. O escritor explica o que é ser Xavante: “Com o perdão do clichê, ser Xavante não é algo passível de definição. Tentar explicar com palavras, é uma missão considerável, ainda que seja apenas a minha visão do que representa, pois é algo que extrapola os limites de todo o sentimentalismo humano. É de uma visceralidade sem fim. Consegue ser lúdico, romântico, excêntrico, caricato e exagerado. Vai do alfa ao derradeiro. Do sagrado ao profano. Do amor ao ódio. Tudo na mesma panela, misturado com bastante pimenta. Então, paradoxos e metáforas à parte, ser Xavante, no fim das contas, deve ser isso… uma pergunta sem uma resposta certa, borbulhando em um caldeirão de emoções”.
MÚSICA – Profissional da música há dez anos, César Lascano lançou o disco autoral “Ruas Cruas” em 2014. As cópias físicas esgotaram, mas o disco pode ser ouvido em plataformas como: Youtube; Spotify; Deezer. O segundo álbum “Visceral”, tem produção do próprio músico e compositor, e direção de Paulo Renato Vieira Jr. O lançamento está previsto para este ano.