Diário da Manhã

terça, 24 de dezembro de 2024

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LIVRO : Crônicas e imagens sobre a vida cotidiana em Cuba

02 junho
09:12 2022

Advogado e professor José Ricardo Costa, autografa “Cuba: a ilha que resiste”

Por Carlos Cogoy

Reconhecido nacionalmente como referência nos aspectos jurídicos, que envolvem a Previdência, o advogado e professor José Ricardo Caetano Costa (FURG), já publicou mais de dez obras sobre a temática. Nesta semana, ele estará autografando um novo título. Mas, o invés da área técnica de trabalho, o volume apresenta crônicas de viagem. Trata-se do período em Cuba no inicio deste ano. Como etapa do estudo de pós-doutorado, José Ricardo Costa esteve na ilha em fevereiro. Durante a estada, foi escrevendo crônicas acerca do cotidiano. Os textos estão reunidos no livro “Cuba: a ilha que resiste” (148 páginas). Publicado por Ibraju Edições, o livro será lançado na sexta-feira.

José Ricardo Caetano Costa

LANÇAMENTO – Nos momentos de folga em Cuba, José Ricardo Costa, que também se dedica ao ciclismo e remo, tratou de pedalar pela ilha. Porém, não esteve nas praias, já que optou por locais que mostrassem a vida cotidiana dos cubanos. Durante os trajetos, também realizava fotos. Algumas das imagens foram selecionadas, e também integram o livro, cujo lançamento ocorreu, recentemente, na 48ª Feira do Livro da FURG, realizada na praia do Cassino. Em Pelotas, diz o autor, que cursou direito na UFPel e filosofia na UCPel, a sessão de autógrafos acontece dia 3 às 19h. Como local, a livraria Vanguarda no Shopping Pelotas. O valor do exemplar é R$ 40,00.

SANTA CLARA é a cidade na qual José Ricardo permaneceu durante a pesquisa para o pós-doutorado. Foi na cidade que ocorreu a última batalha da revolução cubana em 1959. Também é o local da Univesidad Central “Marta Abreu” de Las Villas, onde o pesquisador aprofundou estudos no Departamento de História, Marxismo y Seguridad Social. Em Santa Clara, que fica a quatro horas de Havana, José Ricardo hospedou-se no Hotel de Passagem da universidade. As refeições, diz ele, eram junto à família do professor Jaime Garcia Ruiz, que mora num conjunto habitacional vinculado à universidade.

CRÔNICAS – “O livro não é resultado dos estudos, mas sim de uma vontade interna de escrever crônicas sobre a vida e o instigante sistema cubano. Escrevi dezessete crônicas, quando estive na ilha, entre a primeira e a segunda semana de fevereiro de 2022. Queria entender e refletir, a partir dos diversos temas que abordo nas crônicas, cuja pandemia e seu enfrentamento é um pano de fundo, os motivos pelos quais ainda se mantém o socialismo cubano. Um ponto que chamo a atenção no livro, é que nunca fui interpelado por barreiras policiais. Aliás, as poucas barreiras que vi, eram de fiscalização dos veículos. Não tinham outro objetivo. Não há um policiamento, como nos chega aqui. Muito menos a falta de liberdade, inclusive de tirar fotos, e fazer indagações. Me senti mais seguro em Santa Clara, inclusive à noite, do que em nossas ruas no Brasil. É justamente sobre uma série de ‘mitos’ existentes sobre Cuba, que tento demonstrar outra visão. E não são poucos os ‘mitos’ construídos e reafirmados como verdades”, diz José Ricardo, que menciona a viagem com a realização de um sonho, acalentado desde a adolescência.

BLOQUEIO econômico desencadeado pelos EUA, desde os anos sessenta, tem refletido no cotidiano. O autor observa: “O bloqueio, que é bem maior que um simples embargo, é um ponto que destaco em várias crônicas. Ele impediu que a própria bicicleta que usei, funcionasse, se não houvesse levado, pneu e câmara do Brasil. Mas também está em vários pontos sutis, tal como a compra de um souvenir com um cartão de crédito, ou uma mera aquisição de passagens de ônibus, para citar dois exemplos que vivi. Mas o bloqueio também é informacional. A pobreza, miséria, falta de tudo, como nos chega no Brasil, não é verdade. Isso conto nas crônicas com detalhes”. Nas pedaladas pela ilha, José Ricardo usou a bicicleta do professor Jaime Ruiz, uma Spped canadense Targa ano 1975, a qual batizou como “Martita”, numa alusão a Marta Abreu, cuja estátua ilustra a capa do livro.

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