LIVRO : Prosa e poesia sobre a pandemia da indiferença
“O Grito das Palavras” é o nono livro da autora pelotense Olga Pereira
Por Carlos Cogoy
Reflexões que abrangem desde a falta de empatia no cotidiano, a solidão, desamor e violência, mas também o tempo, morte e vida. Através de poemas, crônicas e relatos, a autora pelotense Olga Pereira chega ao nono livro. “O Grito das Palavras” (146 páginas), tem 31 capítulos e foi lançado neste mês. Em poucas semanas, com divulgação nas redes sociais, a primeira edição está quase esgotada. Numa época na qual o suporte eletrônico, cada vez mais ocupa corações e mentes, Olga atribui a procura pelo livro, aos amigos e leitores que têm acompanhado sua trajetória de publicações. Lançado pela editora paulista Versejar, o livro pode ser encomendado através do fone 9 8442.1809 (Ione), ou via WhatsApp: (53) 9 8114.7019. No Facebook, basta localizar Olga Pereira. E-mail: [email protected]
GRITO das Palavras conforme a escritora: “O título é justamente esse convite que faço, para que cada leitor me ajude a interpretar os vários gritos presos, em tantas gargantas ressequidas pela falta de empatia. Também representa um instigar sobre reflexões acerca da nossa brevidade no planeta. Além disso, também o egoísmo que tanto tem nos tornado cada vez mais distanciados das pessoas que realmente nos amam de verdade. Na minha opinião, o egoísmo é que muito tem contribuído para acelerar as desigualdades sociais, cada dia mais presentes e gritantes em nosso País. A pandemia da indiferença supera qualquer vírus e, não é em vão, afirmar que tantas outras vidas partiram mais cedo devido à falta de amor e solidariedade”.
CRIAÇÃO – Olga acrescenta: “O livro foi escrito no primeiro ano em que esse vírus apareceu, ceifando tantas vidas. Assim como ocorreu com tantas famílias, também perdi amigos e entes queridos. Considero que a sensibilidade que habita em mim, jamais me deixará ficar indiferente diante de temas tão dolorosos. E quando me refiro a temas tão doídos, ressalto que há um vírus mais severo do que a Covid 19 e suas sequelas: o desprezo pelo outro, a falta de humildade e solidariedade. E são sobre tais temas que precisamos refletir diariamente, ao menos para tentar deixar a vida do outro um pouco menos triste”. No volume, diz Olga, o leitor dispõe de espaço para expressar o que assimilou, bem como assinalar se concorda ou discorda do que está abordado.
OBRA – A escritora integra a Academia Pelotense de Letras, Instituto Lobo da Costa, Academia de Literatura Brasil Guarapari no Espírito Santo, e foi convidada para ser correspondente da Academia de Ciências e Artes de São Paulo (ACLASP). Olga publicou: “Reinterpretando silêncios: reflexões sobre a docência negra na cidade de Pelotas” (2015); “Cicatrizes da Escravidão: da história ao silenciamento” (15); “Dias em que o Ego precisou dormir mais cedo” (16); “O negro no espelho: legado e oralidade” (16); “Roza Gonzales: a mulher que driblou a loucura” (17); “Vozes & Versos: o dito e o que ficou por dizer” (17); “DesHumanidade: a cultura do medo” (18); “Racismo no barbante da Pipa” (18).
REFLEXÃO da autora, com a proximidade do novo ano: “Precisamos valorizar nossos educadores, servidores da saúde, cientistas, jornalistas e, jamais esquecer do homem do campo, e de tantos que lutam por um emprego, ou seja, pela sua dignidade. Eu acredito piamente no poder do povo, e quero partir deste plano terreno, acreditando que somente ele é capaz de nos narrar, através dos séculos, a verdadeira história”.