LIVRO : Versos contemporâneos com rimas ancestrais
Sábado às 15h na Bibliotheca Pública, lançamento de “Sonoridade Adinkra”
Por Carlos Cogoy
Quando eu crescer / Quero continuar a viver/ Vida simples e vibrante/ Quero ao meu lado pessoas como eu/ Gigantes/ Quando eu crescer/ A vida deve continuar bela/ E eu, na primavera/ Serei a flor mais singela/ Quando eu crescer/ Não quero luxo nem riqueza/ Quero amorosidade/ Contar muita proeza/ Poder sempre dizer/ Que o bom da vida é … VIVER! Versos do poema “Quando eu crescer”, de autoria da escritora, professora e pesquisadora pelotense, Marielda Barcellos Medeiros. O poema, dedicado à amiga Sirley Amaro – falecida há um ano -, foi uma homenagem no aniversário da mestra Griô, e integra o livro “Sonoridade Adinkra” (56 páginas). A publicação da MS2 Editora, é o volume de estreia da autora Marielda Barcellos Medeiros. No livro, 42 poemas, escritos entre 2009 e 2021. Nesta sexta às 18 horas, lançamento no formato virtual no Kilombo Literário, grupo de extensão da FURG/São Lourenço do Sul. No sábado às 15h, Marielda estará autografando na Jornada Cultural Adão Monquelat, que acontece na Bibliotheca Pública Pelotense. O exemplar custa R$30,00, e pedidos podem ser feitos através do email: [email protected]. Chave Pix da autora: [email protected]. Informações: (51) 9 9609.1716; (53) 9 9145.9247.
ANCESTRALIDADE – Doutoranda em antropologia na UFPel, Marielda é professora aposentada, e ativista do Movimento Negro Unificado (MNU). Atualmente, integra a coordenação da “Marcha Mestra Griô Sirley Amaro”, que será realizada no dia 20 de novembro, com saída às 10h do Altar da Pátria, e deslocamento até o Mercado Público. No livro, Marielda transita entre a ancestralidade afro, questões raciais contemporâneas, e dilemas existenciais. Conforme divulgação: “Um dos objetivos da publicação é o resultado dos estudos que Marielda vem fazendo há algum tempo, sobre os símbolos gráficos Adinkras, presentes em algumas regiões da África, com o intuito de valorizar as manifestações artísticas africanas. Os desenhos formam um conjunto de símbolos ideográficos, pertencente aos povos Akan, um grupo linguístico originário da África Ocidental. Dessa forma, os símbolos Adinkra costumam ser estampados em tecidos, esculpidos em peças de ferro, talhadas em peças de madeira. Todos esses símbolos sugerem que cada pessoa possa fazer um exame detalhado e crítico de todos os aspectos da vida e deter o verdadeiro conhecimento, reconectando-se com o passado, ressignificando o presente e buscando novos caminhos para construir o futuro. Transparece o esforço do povo negro para reconectar-se à sua ancestralidade, refletindo sobre as sequelas deixadas a partir da diáspora, e na dispersão dos negros no mundo”.
CONTEMPORANEIDADE – A autora acrescenta: “Que ‘Sonoridade Adinkra’ possa chegar a todas as pessoas. O conhecimento, penso, só terá valor, se outras pessoas possam conhecê-lo e apresentar novos conhecimentos. Não seria eu, se eu não pudesse, também, me conectar com esses espaços, com essas pessoas diferentes. Penso que o livro vai permitir isto, que possamos estar ligados uns com os outros porque esse livro não é apenas meu. Cada palavra sonorizada carrega um pouco de tantos outros que vieram antes de mim, e que estão no meu presente. Como eu disse, em um dos poemas: Eu não ando só! Porque são muitos os que me proporcionaram aprendizagem, conhecimento e amorosidade”.
ESCREVER – Marielda participou das coletâneas “Mulheres Maravilhosas”, volumes 1 e 2, promoção do Canal Sororidade e ALB Campos/RJ, sendo a segunda coletânea uma homenagem ao centenário de Dona Ivone Lara. Produziu o PLANNER 2022 que homenageia mulheres negras de Pelotas, “Mulheres Negras Preciosas” que é parte de três etapas de um projeto maior. Este planner foi entregue no dia 4 de novembro no pátio da Secretaria Municipal de cultura de Pelotas, na presença do Secretário de Cultura, homenageadas e seus acompanhantes.