LIVRO : Versos sobre a mulher na história e nos desafios contemporâneos
“As Faces de Eva” tem lançamento nesta sexta às 17h no 24º Núcleo do CPERS
Por Carlos Cogoy
Entre 1999 e 2005, ela presidiu o CPERS/Sindicato no Estado. Na trajetória, foi presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Também ocupou, até 2015, o cargo de vice-presidenta da Internacional da Educação. Paralelamente ao empenho como representante dos trabalhadores em educação, Juçara Dutra Vieira, dedicou-se à pesquisa e publicações. Doutora em educação pela Universidade de Brasília (UNB), a então menina natural de Capão Bonito do Sul, que ainda não era município, aos onze anos foi estudar em Lagoa Vermelha. E Juçara recorda que, se num turno estava em sala de aula, no outro estava na biblioteca do ginásio. A leitura tornou-se necessidade e ela foi cursar letras, especializando-se em literatura. Ano passado, Juçara lançou o sexto título, o segundo com poesias. O livro “As Faces de Eva”, edição independente, com a contribuição da CNTE, foi autografado na Feira do Livro de Porto Alegre, e teve lançamentos em Vacaria, Esmeralda, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, São Borja, Cachoeirinha e Charqueadas. Ontem houve divulgação em Rio Grande, e nesta sexta acontece lançamento em Pelotas. A programação começa às 17h, e acontece na sede do 24º Núcleo do CPERS/Sindicato – rua General Osório 257.
FACES DE EVA reúne os poemas “Ciranda das Loucas” – já publicado – e o inédito “As Faces de Eva”. Conforme a autora: “’Ciranda das Loucas’, que dá título ao livro anterior, é uma roda na qual as personagens, ao tratar de um aspecto de suas vidas, deixam uma dica para a entrada de outra: Olga Benário fala da filha Anita, que teve no campo de concentração nazista e, na sequência, entra na roda Anita Garibaldi. Já ‘As Faces de Eva’ tem 59 páginas, e aborda sobre a história das mulheres que, de algum modo, influenciaram minha ‘leitura’ da realidade, desde as abordagens sobre as origens da humanidade, passando por momentos marcantes, como a caça às bruxas na Idade Média, e passando pela transição de personagem a autoras e escritoras, pintoras, filósofas, cientistas, considerando os preconceitos superados, e os que persistem, bem como as faces brancas, negras, amarelas, de mulheres, empregadas domésticas, ou prêmio Nobel. O poema trata de temas duros, mas, também, de esperança pela resiliência das mulheres, e pela possibilidade de discutir, entre as mulheres e com os homens, questões que dizem respeito à igualdade com respeito às diferenças”. Conforme a autora, o volume tem sido distribuído em sindicatos estaduais, e o exemplar é comercializado a R$15,00. Venda online através do email: [email protected]. Informações via WhatsApp: (51) 9559.0305.
VERSOS – O poema “As Faces de Eva” está dividido nos temas: De onde viemos?; Fomos deusas, fomos bruxas?; Para que filosofar?; De personagens a autoras; Artistas ou Artivistas?; Múltiplas vozes. A seguir, duas estrofes de “Fomos deusas, fomos bruxas?”: XXIX – As bruxas foram punidas/ Não só pelos seus saberes,/Também pelos seus quereres,/ Por seus corpos, seus desejos,/ Destinados ao silêncio,/ Ao não sentir, ao não-ser; XXX – As fogueiras medievais/ Parecem nunca apagar/ Todas as chamas que arderam/ Nas vidas que se perderam./Que a história não se repita,/ Que se diga: nunca mais!. No livro, as ilustrações são de Zilá Messeder.
REFLETIR – Juçara menciona: “Tanto as publicações sobre educação que, necessariamente, têm maior rigor formal, quanto as literárias, revelam, de algum modo, minha experiência e visão de mundo. Procuro não produzir textos panfletários, mas não omito minha visão de mundo e de sociedade, desde meu ‘lugar’ de escrita: mulher, professora, sindicalista, situada politicamente na defesa da sociedade baseada em valores socialistas, militante feminista e de direitos humanos”.