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domingo, 19 de maio de 2024

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LOBAS PELO MUNDO : Marcos Planela destaca jogadoras que passaram por Pelotas

16 abril
14:49 2020

Atletas que atuaram pelo Pelotas/Phoenix alçaram voos de sucesso pelo Campeonato Brasileiro

Por: Henrique König

Coordenador do Futebol Feminino no projeto Pelotas/Phoenix, o técnico Marcos Planela comemorou em janeiro o avanço de muitas atletas com passagem pela Boca do Lobo para a Série A-1 do Campeonato Brasileiro. Os trabalhos com o departamento feminino chegam a 23 anos, os últimos dedicados às categorias de base.

“Uma vez Loba, sempre Loba” é um dos bordões no histórico da equipe do Pelotas. Outra marca registrada é a “Ser Loba: nem melhor nem pior, mas diferente”. E as diferentes jogadoras estão hoje espalhadas pelos clubes brasileiros, buscando o sucesso em contratos profissionais.

: Julia Cipriani, na época pelo Pelotas, hoje jogadora da seleção sub-20

: Julia Cipriani, na época pelo Pelotas, hoje jogadora da seleção sub-20

Chaiane e Natane Locatelli, as gêmeas que ganham o país, foram ao São Paulo. Elas passaram por Pelotas em 2010. Na trajetória, grandes equipes nacionais como Kindermann de Santa Catarina, Foz Cataratas, Vitória de Salvador e Santos. Em São Paulo, são adversárias da dupla Gre-Nal no Campeonato Brasileiro.

No Inter está a jogadora Ariane Cabrera. Natural da cidade de Tapes, ela integrou o projeto das Lobas. Pelo Internacional, alcançou patamares maiores, como a convocação para a seleção brasileira universitária.

Outra atleta destaque, que sempre demonstrou muita qualidade técnica, é a atacante Julia Cipriani. Aos 19 anos, a temporada dela é pelo Avaí/Kindermann. Natural da serra gaúcha, de Carlos Barbosa, cidade capital do futsal, Julia chegou também às bases da seleção brasileira de campo, atualmente sendo convocada para a categoria sub-20.

As mais conhecidas inegavelmente são as meio-campistas que obtiveram maiores projeções internacionais. Com duas Copas do Mundo disputadas no

currículo, a meia Andressinha, natural do noroeste gaúcho, da cidade de Roque Gonzales. Ela teve base no Pelotas e depois alçou grandes voos desde as seleções brasileiras de jovens, como capitã, artilheira de competição sul-americana e exemplo às demais atletas. Andressa defende o Corinthians em 2020.

Já Stefany Krebs também tem muita história. Hoje é a primeira jogadora com deficiência auditiva a ter um contrato profissional no futebol de campo no Brasil, pelo Palmeiras. Antes disso, gastou a bola no futsal, sendo a melhor jogadora jovem do Mundial para Surdos em 2015, do qual foi campeã pela seleção brasileira.

Ativo nas redes sociais, Planela explicou os passos na formação das Lobas. “Nesta temporada, temos um grande processo de renovação de grupo em andamento e buscamos entre 20 e 25 atletas para nossas formações sub-18, sub-16 e sub-14 (nascidas entre 2002 e 2008).”

O foco é na preparação das categorias de base. Planela argumentou a ausência do Pelotas das competições adultas desde 2017: “A adulta é a categoria mais difícil de ser treinada no nível necessário para se obter rendimento e resultados. Não adianta ‘saber jogar’ ou ‘ter experiência’. Foco, disciplina e treino são fundamentais, essenciais para enfrentamentos contra equipes que estão em outro patamar de trabalho, como a dupla Gre-Nal no estado, por exemplo”, avalia nas dificuldades de torneios.

As gêmeas Chaiane e Natane Locatelli rodaram pelo país e hoje estão no São Paulo

As gêmeas Chaiane e Natane Locatelli rodaram pelo país e hoje estão no São Paulo

“Fazer o chamado jogo da vida uma vez, encarar, ou até ganhar, é possível e, por isso, o futebol é apaixonante. Mas, na lógica, numa competição de várias datas e suas variantes, vencerá o melhor, o mais preparado. E muitas vezes com placares elásticos. Na categoria adulta, o trabalho, estudo, amores, filhos, festas, dividem e muitas vezes se sobrepõem a treinos e até jogos”, prosseguiu no desabafo.

“Além de sempre, serem competições com mais datas e mais caras, por viagens, arbitragens, etc”, completou o treinador na justificativa.

“Por sua vez, trabalhar a formação de jovens, garimpando, lapidando-as, ajudando em suas evoluções física, técnica e tática e vê-las crescer como atletas e pessoas, é muito gratificante. Conquistamos credibilidade e visibilidade, com títulos na base e encaminhamento de destaques para a Seleção Brasileira, clubes maiores e competições importantes.”

Encerrou o depoimento com a satisfação de que vale a pena trabalhar pelo esporte feminino, enaltecendo as diversas jogadoras que passaram por seus aprendizados ao longo desses 23 anos de projeto no Pelotas.

Paralisação pelo novo coronavírus

Marcos Planela participou da montagem dos elencos das categorias sub-18, sub-16 e sub-14, as que o Pelotas vai para as disputas estaduais na temporada. Os treinos haviam iniciado, mas a chegada da pandemia adiou os trabalhos, retirados pelo menos até o dia 30 de abril. Uma reavaliação será feita para prolongamento da suspensão das atividades.

Antes, Planela havia declinado o convite do Brazlândia, clube liderado por Reginaldo Bacci, em Brasília. Marcos seria o coordenador-geral, tratando das categorias femininas e masculinas. Na próxima conversa com o Diário da Manhã, ele atualiza essas situações com o Áureo Cerúleo.

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