Diário da Manhã

A região colonial de Pelotas se despediu no final de semana de uma de suas  guerreiras em favor do bem comum. Faleceu no sábado (13) e foi sepultada no domingo (14), no Cemitério da Colônia Osório, no 3º distrito, Hermina Maria Schuch Beulke. Estava com 88 anos. Era colaboradora ativa da Comunidade de Confissão Luterana Esperança, na Comunidade Osório, onde foi batizada e fez a primeira comunhão, na igreja na qual seu pai participou da construção.

A LÍDER comunitária-rural estava com 88 anos

Dona Hermina tinha um vasto círculo de amizades nas zonas rural e urbana de Pelotas, pelos seus conhecimentos da vida comunitária, das lutas das pessoas que sobrevivem dos afazeres no “campo”, principalmente das mulheres. Todos sentiram muito pela perda da “amiga” e defensora da justiça e igualdade merecidas pelos nem sempre reconhecidos trabalhadores rurais.

Dentre os importantes afazeres de dona Hermina, constam serviços veterinários e atenção às plantas medicinais e suas qualidades. Um de seus momentos marcantes na defesa pelos direitos trabalhistas rurais ocorreu durante um encontro em Porto Alegre, antes da regulamentação da aposentadoria para as mulheres trabalhadoras rurais. A líder dona Hermina foi a porta-voz e defensora das mulheres da região. Sua liderança também marcou em momentos de defesa dos diversos interesses da comunidade rural de Pelotas, em pauta principalmente na Câmara Municipal. E sempre se manteve atenta para opinar sobre assuntos rurais relevantes, em programas radiofônicos nas emissoras de rádio do município.

Ela deixa quatro filhos, dois homens e duas mulheres, cinco netos e três bisnetos.