Diário da Manhã

Ewaldo Poeta faleceu neste domingo, aos 91 anos, encerrando a trajetória de um ícone do futebol gaúcho

A torcida do Farroupilha e a comunidade pelotense prestaram sua homenagem de despedida neste domingo ao presidente de honra do clube fragatense Ewaldo Poeta. O coronel do Exército, professor e um dos dirigentes mais respeitados do futebol gaúcho faleceu na madrugada desde domingo, aos 91 anos. O sepultamento ocorreu no começo da noite no Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula.

Hospitalizado desde sexta-feira, quando apresentou complicações renais e respiratórias, o quadro se complicou na madrugada deste domingo, causando o óbito. Torcedores de outros clubes gaúchos usaram as redes sociais para prestar seus sentimentos à família de Ewaldo Poeta e expressar seu respeito ao dirigente que se tornou um ícone no futebol do interior do Rio Grande do Sul.

Coronel Poeta tinha 91 anos

Na recente conquista de vaga na Divisão de Acesso, o presidente Marcus Napoleão dedicou o resultado ao Coronel Poeta. Neste domingo, emocionado, o atual comandante do Tricolor lembrou a importância do ex-dirigente na história do Farroupilha. “Perda irreparável. O clube só existe porque ele empregou todas suas energias na missão de manter acesa a chama do Grêmio Atlético Farroupilha. A nós cumpre o dever de manter vivo esse sonho de um Farroupilha forte e guerreiro. Sem palavras pela dor da despedida”, comentou.

O presidente do Conselho Deliberativo, Alcy Moraes, que por mais de quatro décadas esteve ao lado de Ewaldo Poeta na direção do Farroupilha, expressou também sua mensagem. “Ele deixa uma marca indelével na história do Farroupilha, com sua coragem e dedicação. Sua história será sempre um exemplo para todos nós, tricolores”, afirmou.

CORONEL POETA – É a própria história tricolor

Uma semana depois de os tricolores comemorarem o acesso da equipe à Divisão de Acesso, a tristeza, o luto e a homenagem ao dirigente mais importante da historia do clube. Por mais de 50 anos, Ewaldo José Lebarbenchon Poeta dedicou sua vida ao Grêmio Atlético Farroupilha. Inúmeras vezes ele foi reeleito para presidir o clube e deixou sua marca em tudo que aconteceu no Nicolau Fico ao longo desse período, especialmente a partir dos anos 70.

Ewaldo Poeta ao lado do atual presidente Marcus Napoleão nas comemorações dos 90 anos do clube em abril

Natural de Laguna – cidade do litoral sul de Santa Catarina -, Poeta se tornou torcedor do Vasco, onde foi atleta infanto-juvenil. A relação com o Farroupilha foi inesperada. A renúncia do presidente de 1964, Major Cid Scarone Vieira, abriu uma vacância na administração do clube, que então possuía vinculo como o 9º Regimento de Infantaria. Por ordem do comando do Regimento, o então Capitão Poeta assumiu a presidência do Farroupilha. Começava essa longa e rica história…

A sequência na presidência do clube se deu a partir de 1973, quando resolveu fixar residência em Pelotas.  Paralelamente a carreira militar, o Coronel Poeta (como o chamavam os tricolores) foi professor da disciplina de ordenamento da história da evolução humana na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Casou-se com a pelotense Marley Nogueira Poeta há 64 anos. Pai de duas filhas, as médicas Waléria e Wanessa; deixou dois netos e uma bisneta.

Ewaldo Poeta foi sempre um dirigente extremamente dedicado ao clube, preocupado com a viabilidade econômica da agremiação e com conservação do patrimônio do Farroupilha. Sua última gestão na presidência do Tricolor foi em 2013, mas já havia alcançado o posto de presidente eterno do clube fragatense.