Mais da metade dos micro e pequenos empresários relatam piora na economia nos últimos 6 meses
Os impactos da segunda onda da pandemia são sentidos de forma preocupante pelos micro e pequenos empresários. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o SEBRAE, um a cada dois empresários considera que as condições gerais da economia brasileira pioraram ou pioraram muito nos últimos 6 meses (51%), um aumento de 17 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2019. A outra metade dos entrevistados se divide entre os que consideram que as condições melhoraram ou melhoraram muito (21%) ou não se alteraram (25%).
Para a Federação Varejista do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), entidade que congrega Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) do Rio Grande do Sul, o momento é decisivo para que sejam desenvolvidas ações de fortalecimento para este perfil de empreendedor.
“O associativismo representa a nossa força. O que nos sustenta é a união dos lojistas. Por isso, colocamos nossa entidade à disposição para que possamos trabalhar em iniciativas que ajudem o micro e pequeno empresário a crescer”, afirmou o presidente da FCDL-RS, Ivonei Pioner.
Apesar do otimismo com futuro, a pesquisa aponta que dois a cada três empresários não implementaram melhorias no negócio nos últimos 6 meses (64%), ante 36% que fizeram. Trata-se de um aumento expressivo se comparado a 2019, quando 42% não haviam implementado, ante 58% dos MPEs que tinham promovido alguma melhoria.
“Esse resultado parece indicar que, embora o empresário brasileiro busque se manter otimista quanto ao futuro do país e da sua própria empresa, ele ainda está cauteloso em materializar suas expectativas em investimentos efetivos que preparem a empresa para um ciclo econômico positivo. O empresário ainda está endividado e focado em se manter aberto”, afirmou o presidente da CDNL, José César da Costa.
A confiança dos MPEs está diretamente relacionada à sua disposição em contratar crédito e realizar investimentos. A pesquisa aponta que poucos empresários querem contratar crédito nos próximos 90 dias (12%). Por outro lado, 43% com certeza não vão tomar crédito e 27% provavelmente não vão contratar nos próximos 90 dias.
Entre os empresários que vão ou que provavelmente vão contratar crédito nos próximos 90 dias, as principais finalidades para o crédito são: aquisição de capital de giro (33%), ampliação do negócio (29%) e compra de estoques e/ou insumos (26%).