Medicamentos na validade levados para incineração
Uma denúncia anônima levou os vereadores Ricardo Santos (PCdoB), Marcola e Beto Z-3 (PT) a abordarem o veículo da Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas, na tarde de quarta-feira, quando este entrava na – no Bairro Três Vendas – que recolhe medicamente e materiais de uso nas UBS do município para incineração na cidade de Gravataí.
Para surpresa dos vereadores, ao abrirem o veículo, se depararam com grande quantide de medicamentos – dispensados pela farmácia municipal – com validade até o ano de 2019. Ou seja : que deixaram de servir à comunidade e estavam sendo descartados como inservíveis. A Brigada Militar foi chamada para que fosse feito o registro do fato, considerado gravíssimo pelos vereadores.
“Mais do que descaso, é um desperdício público para com a saúde da população”. disse , indignado o vereador Ricardo Santos. Dentre os medicamentos ainda no prazo de validade encontrados prontos para o descarte, havia um lote com caixas de Tamiflu, para o tratamento do H1N1. “Trata-se de medicação cara e de difícil aquisição ou acesso a população”, finaliza o vereador.
Prefeitura contesta
SMS afirma que a maior parte dos produtos não vencidos eram oriundos da UBS Grupelli, que sofreu inundação recentemente
Vereadores violaram uma carga de descarte de medicamentos no momento em que a van que levava o material chegava à empresa Solução Ambiental, licitada, e apta a dar o destino correto a este tipo de material, na tarde desta quarta-feira (20/4/16), na zona norte do Município. A Secretaria de Saúde (SMS) afirma que 90% do descarte estava com o prazo de validade vencido e que, entre o que não estava vencido, a maior parte era proveniente da Unidade Básica de Saúde (UBS) Grupelli, no 7º distrito da zona rural (Quilombo), que sofreu inundações recentemente. A SMS lamenta que, ao violar a carga e deixá-la exposta, na calçada, foi perdido o controle da situação e a investigação fica comprometida.
“A Secretaria de Saúde nunca se negou a dar informações ou prestar qualquer tipo de esclarecimento e com certeza podemos informar a procedência e o motivo de cada item deste descarte, que é um procedimento de rotina. Não havia razões para que as coisas fossem feitas desta maneira. Fica clara a tentativa de sensacionalizar a questão. Agora, com a carga violada e deixada em um local aberto, onde muitas pessoas tiveram acesso, por horas, fica difícil”, ponderou a diretora executiva da SMS, Ana Costa, que esteve no local.
Superintendente de Ações em Saúde, Eliedes Ribeiro afirmou que 90% dos medicamentos da carga estavam vencidos e que o restante apresentava algum tipo de avaria, a maioria oriunda da UBS Grupelli, e por essa razão haviam sido recolhidos. “Não podemos disponibilizar a ninguém um medicamento ou material que esteja com a qualidade comprometida.”
Ana Costa fez questão de encaminhar toda a carga à Delegacia Civil, para que o caso seja investigado e adiantou que a SMS vai acionar os parlamentares pela violação imprópria do material. Participaram do episódio os vereadores Ricardo Santos (PCdoB), Marcos ferreira (PT) e Beto da Z3 (PT).