MEMÓRIAS EM MOVIMENTO : Instituto Mário Alves inaugura nova sede
Nesta sexta-feira às 18h, Instituto Mário Alves de Estudos Políticos (IMA), estará inaugurando a sede à rua 15 de Novembro 501/A
Por Carlos Cogoy
Seminários, mostras de filmes e reflexões. O Instituto Mário Alves (IMA), tem proporcionado inúmeros debates acerca de questões que atribulam a realidade social. Entre as atividades, desde 2011, o IMA em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e Ministério da Cultura, sedia o Ponto de Cultura “Memórias em movimento”. Trata-se da abordagem “Memória do Movimento Estudantil Universitário Gaúcho no período da Redemocratização (1977/1985)”.
O levantamento está sendo finalizado e, nesta sexta, acontecerá explanação sobre a documentação já sistematizada. O evento integra a inauguração da nova sede do Instituto, que terá início às 18h. Situado à rua 15 de Novembro 501/A – entre Tiradentes e Telles -, o IMA funciona de segunda a sexta das 13h às 19h. No atendimento, Marlon Campos. Informações: 3025.7241. Email: [email protected]
MEMÓRIA estudantil conforme Solaine “Mana” Gotardo – integrante do IMA -, terá sequência no próximo ano. Ela menciona: “A inauguração dará especial destaque a finalização do Projeto ‘Memória do Movimento Estudantil’. Entre as nossas metas e objetivos, o IMA pretende dar continuidade e difusão às informações e materiais sistematizados pelo projeto que, além da realização de várias mostras fotográficas, exposições e debates em escolas da região, coletou mais de trinta depoimentos. São entrevistas que foram gravadas em audiovisual, com militantes que estiveram à frente das principais lutas e reivindicações estudantis no Estado, durante a redemocratização do País”.
ATIVIDADES – Em relação aos eventos realizados, ela aborda: “As principais atividades realizadas estão associadas à memória e debates sobre momentos históricos como os acontecimentos que marcaram a ditadura civil-militar no Brasil. Também os golpes e ditaduras latino-americanas, em especial aqueles que perseguiram, torturaram e assassinaram milhares de pessoas na Argentina, Uruguai e Chile. E o enfoque acerca dos processos simbólicos de organização da classe trabalhadora, como a Comuna de Paris, as revoluções cubana e russa, e a Guerra Civil Espanhola. Nos grupos de estudo, entre as proposições, teoria e teóricos marxistas. Além disso, mostras de filmes e documentários, bem como homenagens a músicos como Victor Jara, Violeta Parra e Mercedes Sosa”.
ESTUDOS políticos estão na origem do IMA. “Mana” Gotardo acrescenta: “O que motivou a criação do IMA, foi a constituição de um espaço político que proporcionasse maior articulação dos militantes, trabalhadores, estudantes, coletivos e demais grupos sociais. E considerando as distintas áreas de atuação e militância política no campo da esquerda local e regional. Entre outras preocupações, o IMA buscou fomentar e disponibilizar um conjunto de materiais que pudessem subsidiar os estudos e pesquisas históricas, assim como promover atividades públicas como debates abertos, seminários e reuniões”.
Acervo com três mil livros
Na trajetória de quase quinze anos, o IMA foi reunindo acervo bibliográfico. Através de aquisições e doações, a biblioteca oferece em torno de três mil livros. Com o intuito de fomentar a reflexão e formação política, a ênfase está na área humana. Assim, títulos em áreas como educação, ciências sociais, historiografia, biografias e filosofia. Os volumes podem ser retirados para a leitura, mas estão disponíveis aos associados.
LIVRARIA também está em atividade no instituto. Entre os autores que podem ser encontrados, linguista e pensador social Noam Chomsky, educadora Roseli Caldart, clássicos como Lênin, Karl Marx, Max Weber, Paulo Freire e Florestan Fernandes. O IMA dispõe de títulos de editoras como “Boitempo” e “Expressão Popular”. Listagem de obras pode ser acessada online através do site: ima.org.br
Jornalista Mário Alves
A designação do IMA homenageia o lutador social Mário Alves (1923/1970). Ele foi jornalista e militante comunista que, em 1970, após horas de tortura acabou sendo brutalmente assassinado pela ditadura militar. Sua filha, Lúcia Caldas, esteve em Pelotas em 2004. Ela participou de seminário promovido pelo IMA. Na ocasião, relatou sobre a violência sofrida pelo pai, bem como a tortura representada pelo tormento que padeceu ao lado da mãe.
TRAJETÓRIA – Mário Alves integrou a União Nacional dos Estudantes (UNE), e participou ativamente da luta contra o nazi-fascismo. No Partido Comunista Brasileiro (PCB), fez parte da direção estadual e, mais tarde, foi diretor de jornais partidários, como “Imprensa Popular” e “Novos Rumos”. Aos 34 anos, foi eleito para o Comitê Central do PCB e, a seguir, para a Comissão Executiva Nacional. Em 1967 saiu do partido. No ano seguinte fundou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).
Parceiros do IMA
Organização Não-governamental da sociedade civil, o IMA tem se mantido através do coletivo que reúne associados, bem como grupos organizados e entidades sindicais. Na trajetória, algumas alterações entre os parceiros. Mas a equipe do instituto divulga o atual conjunto de segmentos que estão apoiando a sequência das atividades.
APOIADORES – Parceiros que integram o coletivo: Sindicato da Alimentação; Adufpel; Asufpel; Sindicato dos Bancários; Sindicato dos Servidores do IF/Sul (SINASEFE); SIMP; Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Gasolina e Derivados do Petróleo; Associação de docentes da Universidade Católica de Pelotas (ADUCPel); Sindicato dos Metalúrgicos; AJS Advogados; Rádio COM 104.5; Coletivo Maria Bonita de Comunicação; 24º Núcleo do CPERS-Sindicato.
SÓCIO pode contribuir diretamente na sede do IMA, ou mediante débito automático no Banco do Brasil, CEF ou Banrisul.