MULHERES MARAVILHOSAS – VOLUME 2 : Quatro autoras locais integram coletânea
“Mulheres Maravilhosas – volume II” está disponível em e-book gratuito
Por Carlos Cogoy
Negra de luta e luz / De emoção, que faz canção / Negra que sorri num refrão /Negra raiz, libertação /Negra inspiração/ Nasceu para cantar / Solta a voz /Encanta com amor /Para seu pranto passar /Negra inspiração/ Nos incentiva a sonhar. Versos do poema “Negra Inspiração”, autoria da professora e doutoranda pelotense Marielda Barcellos Medeiros, que integra a coletânea “Mulheres Maravilhosas – volume II”.
O volume é iniciativa do Canal Sororidade, idealizado pela escritora Sol Figueiredo, e também contou com Margarete Prado na organização. A obra homenageia a sambista Ivone Lara (1921/2018). No livro, as criações literárias de 165 autoras. Além de Marielda, também estão participando as escritoras locais: Carla Ávila; Helena Heloisa Manjourany Silva; Maria Heloisa Martins da Rosa – nome artístico Helô Míleo Martins. Ao fim de julho, no Dia da Escritora e Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, foi lançado e-book gratuito, que pode ser acessado no endereço: solfigueiredo.com/ebooks.php. Já o livro físico é comercializado no clubedeautores.com.br/livro/coletanea-mulheres-maravilhosas-volume-ii
PELOTENSES – Marielda também participa com o poema “Foram me chamar”. Já a professora e doutoranda Carla Ávila, publica o poema “Um sonho que não é só meu”. Trecho: Eu quero, queremos ter o registro do legado de construções/ simbólicas, arquitetônicas, artísticas, culturais, teóricas e braçais que/ atravessaram o Atlântico e formaram o Novo Mundo./ Esse sonho precisa ser lido em voz alta / Procurar conexões / Intersecções / Sonho nosso./ Sonho coletivo./ Sonho falado e debatido./ Sonho transformado em direito. Já a historiadora – professora aposentada -, e artista visual Helena Heloisa Manjourany Silva participa com o poema “Sororidade”. Trecho: A luta continua acirrada / contra os piores dos grilhões: / intolerância religiosa, racismo,/ desigualdade social, preconceito./ Luta essa sem armas,/ Não esmoreceram no passado,/ Empoderadas no presente./ A sororidade as fortalece./ No entanto para calar sua voz,/ são assassinadas,/ sua obra esquecida,/ em um mundo machista./ Para cada uma que cai,/ Outra ocupa o seu lugar,/ tendo a literatura como arma./ Devemos ser respeitadas! E a antropóloga e pesquisadora Helô Míleo Martins publica “Sonho Meu, Meu Sonho”. Trecho: Sonho meu é dormir nua, sem ser tocada a contragosto,/ Não precisar explicar nada, ter medo, vergonha, remorso;/ Só me deixar iluminar pela lua,/ E para casa voltar, quando desejar, sem ninguém a me vigiar./ Sonho meu é não ver mulheres negras subjugadas,/ discriminadas, objetificadas…/ Sonho meu é como cantava, dizia a “Deusa” Dona Ivone Lara:/ – “Sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu…”/ Sonho nosso é não perder nenhuma vida para o abandono, para o racismo.
PROJETO que resultou na publicação de dois volumes literários, começou no Fórum Social Mundial em janeiro deste ano, com a “Campanha por Mais Mulheres Escritoras”. No aplicativo WhatsApp foi criado o grupo “Mulheres Maravilhosas”.
No primeiro volume da coletânea, participação de cem autoras. Nas duas coletâneas publicadas, a prefaciadora é Lilian Rocha.
Em outubro, como terceira ação pública do projeto, será lançado o e-book “No Baú da Vovó”, que apresenta histórias criadas por avós ou netas.