MULHERES NO ESPORTE : Projeto da UFPel tem conquistado o estado e feito frente com as melhores equipes brasileiras
Por: Henrique König
O Rugby não é uma modalidade que apareça diariamente na televisão ou nos jornais pelo país. Mas é uma paixão para meninas de Pelotas que aliam força, velocidade e agilidade para atravessar o campo de disputa e marcar o try (tento). O objetivo das jogadas consiste em colocar a bola oval na área oposta, atravessando as linhas adversárias. A modalidade lembra o futebol americano, que ganhou muitos interessados pelas transmissões da NFL, dos Estados Unidos, mas as peculiaridades e a dinâmica do jogo são bem diferentes. Entre as praticantes do Rugby no Rio Grande do Sul estão as atletas do Vem Ser Rugby, um projeto surgido na UFPel com a treinadora Camila Borges Müller.
Nossa entrevistada conta que começou no rugby em 2013, através do Antiqua Rugby, clube que é referência no extremo sul, nas categorias adultas, disputando e trazendo grandes resultados a nível estadual. O surgimento da Vem Ser Rugby é no Laboratório de Ensino de Esportes Coletivos (LEECol) da UFPel, com a parceria entre Camila Müller e o professor Eraldo dos Santos Pinheiro. Antes propriamente do Vem Ser Rugby, já havia o projeto Vem Ser Pelotas, que visitava as escolas municipais, em parceria com a Prefeitura, realizava exames físicos e de aptidão e convocava novos atletas para projetos de Taekwondo, Remo e outras modalidades. 2017 foi o ano da captação para o Rugby, iniciando do zero. “Selecionamos meninas, um dos motivos pelo baixo interesse que existe no esporte feminino, inclusive na escrita científica”, revela Camila, que desenvolveu seus estudos em Educação Física sobre o Rugby Feminino.
2019 foi o maior salto da Vem Ser Rugby, quando possuíam cerca de 26 jogadoras no projeto. Camila conta que existem duas principais competições estaduais. Na Taça RS, em que a disputa é entre as equipes, as meninas afilhadas da UFPel foram as campeãs. No Campeonato Gaúcho, em que a disputa é entre regiões, elas ficaram com o vice. O torneio era formado por três etapas, sendo que a Vem Ser Rugby faturou uma. Ainda no prodígio ano de 2019, a principal viagem foi a Montevidéu, para o Valentín Martínez, campeonato mais visado na América do Sul. Uma categoria da Vem Ser Rugby ficou em 2º lugar e a outra em 3º.
“A ideia do projeto não é só desenvolvê-las como atletas, mas como cidadãs, levando os valores do rugby para a vida, com paixão, respeito, solidariedade e disciplina. O esporte traz um impacto muito positivo para todas.”
Durante a pandemia do novo coronavírus, Camila e as demais integrantes da Vem Ser Rugby procuram conversar pela internet e seguir instruções da Confederação Brasileira de Rugby, com treinos em casa.