Multidão em defesa da Educação Pública
Largo do Mercado repleto contra o corte de recursos
Ele não, ele não, coro da campanha eleitoral ano passado, foi retomado ontem no centro da cidade. Milhares reuniram-se no Largo do Mercado, com faixas e cartazes, para protestar em relação ao corte de 30% no orçamento de instituições federais da área de educação. Em Pelotas, a medida compromete o funcionamento da UFPel e IFSul. Mas, conforme reiterado em vários dos discursos proferidos na concentração da mobilização, a redução também afetará diretamente a economia local. Além do montante que deixará de circular, provocando o recuo na arrecadação de segmentos que vão desde o transporte até a área imobiliária, o atendimento público de saúde poderá entrar em colapso.
CORTES – “Sem educação, já basta o presidente”, era a inscrição num dos cartazes levado à manifestação. A crítica direta ao Presidente da República, ex-capitão – aposentado aos 33 anos -, Jair Bolsonaro, externava a reprovação aos primeiros quatro meses de governo no Palácio do Planalto. Como estopim para o chamado “15M”, que teve adesão nacional, uma redução orçamentária de forma arbitrária, sem considerar particularidades das diferentes unidades de ensino técnico e superior, desprezando a pesquisa, ensino e extensão.
ESTUDAR – Em Pelotas, o protesto foi sugerido por aluna secundarista, e a ideia logo repercutiu nas redes sociais. A estudante Jenifer foi ao microfone, agradeceu o apoio e participação, e convidou a todos para a sequência na resistência a mudanças que dificultarão o acesso da juventude pobre à universidade pública.
PREVIDÊNCIA – No evento, além de professores, estudantes, e pais de alunos, também lideranças comunitárias e representativas de diferentes segmentos. Em uníssono, o protesto ao projeto de Reforma da Previdência, que elevará a idade da mulher para a aposentadoria: 55 atualmente, para 62 anos. Outra mudança será a capitalização, que define a contribuição como compromisso apenas do trabalhador, numa relação de dependência com o mercado financeiro.
Já quem começa a vida profissional aos dezesseis anos, somente se aposentará após 49 anos de trabalho. Em relação ao tempo de contribuição, Bolsonaro quer aumentar para vinte anos o período, pagando apenas 60% da média de todas as contribuições. Em vigor, o período é de quinze anos, sendo que o benefício é calculado com base nas 85% maiores contribuições. Para 14 de junho, está sendo organizada Greve Geral.
Por Carlos Cogoy