Município viabiliza oficinas de bumerangue em escolas
O ato de arremessar um objeto e vê-lo retornar para si pode parecer simples para quem assiste a prática do bumerangue. No entanto, desde a década de 60, a atividade é atrelada ao universo esportivo e, em Pelotas, neste mês, assume o caráter educativo com o projeto ‘Bumerangue para o Futuro’ – uma das 18 iniciativas contempladas pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer de Pelotas (Proesporte), gerido pela Secretaria de Educação e Desporto (Smed). Cerca de 1.500 jovens serão beneficiados com a ideia no município.
Até o fim de março, escolas, abrigos e serviços de convivência municipais vão ser sede para uma fábrica de bumerangues, proposta pela idealizadora do projeto e campeã brasileira na modalidade, Scheila Meira. Os cerca de R$ 6 mil destinados pelo Poder Público foram fundamentais para a execução das oficinas, a partir da compra de materiais como tesouras, canetinhas e a matéria-prima para o objeto principal, feito de papel.
Nesta quinta-feira (14), um grupo de crianças do bairro Navegantes participou da atividade no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos São Gonçalo, que consistiu desde a produção dos itens – com direito à personalização através de pinturas e desenhos – até as diversas tentativas de arremessos; todos supervisionados por Scheila, que repassava técnicas e dicas para um melhor desempenho.
“Acredito que o bumerangue muda as pessoas e são elas as capazes de mudar o mundo. A prática estimula a interação das crianças, o lado lúdico das brincadeiras, bem como a disciplina e a atenção”, explica a esportista, que teve a proposta melhor pontuada no edital do Proesporte, em 2018, na categoria ‘Projetos de Esportes de Caráter Educacional’.
AÇÃO REVOLUCIONÁRIA
Scheila, natural de Caçapava de Sul, aprendeu a jogar em Pelotas e é na cidade que estimula a prática em espaços públicos, como em praças, onde comercializa os bumerangues que fabrica. Para a idealizadora, a peça criada há milênios (o local e período de origem não são precisos), tem um poder revolucionário. “Mesmo uma pessoa de 70 anos quando joga, volta a ser criança”, afirmou.
A ideia é despertar o gosto pelo esporte e, futuramente, promover campeonatos entre os participantes, conta Scheila, que é a única mulher competindo na modalidade no país e representa uma das quatro iniciativas sociais, associadas ao bumerangue, realizadas no Brasil.