MÚSICA : Erudito e popular no violino de Joyce Cruz
Sábado às 14h no Bem Brasil – Mercado Público – som com a violinista Joyce Cruz, “Soul” Maicon e a flautista Júlia Alves
Por Carlos Cogoy
Nas aulas de música na UFPel, ela estuda e interpreta composições eruditas. Entre os autores, germânicos Händel (1685/1759), e Johann Sebastian Bach (1685/1750). Nas apresentações em locais como “Vapor Barato”, “Marina ao Quadrado”, “Fora de Hora” e “Bem Brasil”, ela toca a música popular de talentos como Cartola (1908/1980), e Tim Maia (1942/1998). A paulista Joyce Cruz está há sete meses em Pelotas. Devido ao pouco tempo na cidade, ela ainda não integra grupo de música. No entanto, tem tocado em parceria com “Soul” Maicon de Menezes Oliveira. No sábado à tarde, o duo estará acompanhado da flautista Júlia Alves. Eles estarão no “Bem Brasil”, apresentando diferentes sonoridades ao público que frequenta o espaço, bem como aos participantes do “Mercado das Pulgas”. Joyce tem ministrado aulas de violino para iniciantes, e tocado solo em diferentes eventos. Contatos: (53) 8113.4713.
TRAJETÓRIA – Joyce conta sobre o início na música, e o contato com o erudito e o popular: “Aos doze anos, assim como acontece com vários artistas, meu primeiro contato com a música foi numa igreja evangélica. Abriu curso e todos meus amigos se matricularam, então também resolvi tentar. Me destaquei pois tive facilidade com o tema e tirava as melhores notas. Mas, somente após o primeiro ano, dedicado à teoria musical, é que foi possível escolher um instrumento. Confesso que fiquei na dúvida entre flauta ou clarinete. Mas o violino me instigava e, num determinado dia, aos treze anos, fui presenteada por meu pai, que me deu o instrumento. Minha família sempre apoiou, e acompanhou minhas apresentações. Ao começar as aulas me apaixonei, fui atrás das possibilidades e descobri o quão maravilhoso era tocar violino. No início fiz aulas com professores particulares que me indicavam para eventos, alguns grupos e até orquestras. Ao estudar violino conheci o erudito mas percebi que também poderia aplicar o popular no meu aprendizado. Em São Paulo participei de alguns grupos, além de estudar no Projeto Guri. E, como violinista, toquei na Orquestra Filarmônica Melhoramentos Caieiras, Teatro Lírico de Equipe, Orquestra Pinheiros e Orquestra Sinfônica Carlos Gomes. Não me dedico ao canto, mas sempre escutei Cartola, Clara Nunes, Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Chico Buarque, Dona Ivone Lara, entre outros da MPB. Tive contato com o samba pois fui ritmista de algumas escolas de samba. Entre elas: Império de Casa Verde; Dragões da Real; Pérola Negra; Camisa Verde e Branco. E os blocos carnavalescos Império Lapeano e Caprichosos do Piqueri. Também participei de um Grupo de Maracatu ‘Bloco de Pedra’. Com essas experiências, além do teclado, passei a tocar instrumentos de percussão: ganzá, surdo, caixa e alfaia”.
PELOTAS – Sobre o período em Pelotas, Joyce acrescenta: “Antes da parceria com o Maicon, tocava no ‘Amarantha Trio’, que reunia voz, violão e violino. No repertório, Pop Rock internacional. Mas, foi no Centro Cultural Marrabenta que, entre outras conversas, surgiu o interesse em tocar músicas nacionais, como samba, baião e MPB. Eu tinha esse desejo e o Maicon ficou interessado na parceria. Então, desde agosto estamos nos apresentando. Além dos bares no Porto e Mercado, brevemente estaremos tocando em Rio Grande. Nosso show dura duas horas, e interpretamos Jorge Ben Jor, Alceu Valença, Tim Maia, Cartola, Itamar Assumpção, Liniker. Em novembro, Maicon lançará trabalho autoral e eu estarei fazendo participação”. Na cidade, Joyce também tocou em eventos como o “Mandela Day”, e a comemoração dos 83 anos da Frente Negra Pelotense na Câmara Municipal.