MÚSICA : O som autoral de “Vag Notreta”
“Estou aqui” e “Ela disse” são as músicas que abrem novo projeto autoral
Por Carlos Cogoy
Ao fim de março do ano passado, e diante da iminência da quarentena em decorrência da pandemia, ele ainda conseguiu apresentar show. Porém, no decorrer de 2020, assim como aconteceu com os demais músicos, Luiz Vagner Madruga Simões, o “Vag Notreta”, teve de interromper a agenda que estava num bom momento. Em fase recente, após sete anos residindo em São Paulo, Vag Notreta lotava os espaços, com os especiais dedicados à música de Tim Maia, Djavan e Ed Motta. Paralelamente, também divulgava as criações autorais. Na pandemia, além do tempo para escrever novas músicas, ainda realizou entrevistas nas lives “Fala com o Vag”, que estão disponíveis no Instagram @vagnotretalv. A ideia é retornar o projeto até junho. Já as gravações musicais foram retomadas através do “Studio Fides” e, desde dezembro, podem ser conferidas no canal Vagnotreta do Youtube. Já foram postadas as gravações ao vivo, das músicas “Estou aqui” e “Ela disse”.
MÚSICAS foram gravadas pela equipe do Studio Fides, coordenado por Guilherme Poetsch, e aconteceram na Secretaria Municipal de Cultura (Secult). Conforme Vag Notreta, Guilherme está radicado em Santa Catarina, e a gravação possibilitou reencontro após mais de quinze anos. Na banda que acompanhou Vag Notreta, talentos como: Eddy Sax (saxofone); Mat M “Menega” (contrabaixo e direção musical); tecladista Jefinho Jackson; baterista Guilherme Cirillo; guitarrista Hamilton Pereira; Helio “tromboneiro” Abreu (trombone); Fabiano “Kombi” Cardoso (trompete); MD Beats – Deejay. A letra de “Ela disse” foi escrita ainda à época da banda “No treta”, diz Vagner, na primeira década dos anos 2000. Já “Estou aqui”, tem conquistado espaço na programação de emissoras locais e da região, bem como já tem tocado em São Paulo. Na sonoridade do trabalho autoral, diz Vag Notreta, prevalece o balanço que tem influência da música negra brasileira e afro-americana.
NO TRETA foi banda que marcou a trajetória de musical de Vagner. Reunindo jovens amigos, como Menega, Atauã Santos e Eddy Sax, o grupo começou em 2003. No ano seguinte, a banda pelotense destacou-se em edição estadual do Sesi Descobrindo Talentos. O valor da premiação foi investido no disco “Fazendo Som”, cujos exemplares foram todos comercializados pelo grupo. Em 2005, a banda foi para São Paulo, onde fixou moradia, e também conquistou destaque em edição do consagrado Festival de MPB de Tauí. Na capital paulista, inúmeros contatos, apresentações, e agenda repleta nos bares da vila Madalena, onde o grupo sobrevivia tocando covers. Em 2010, com o desgaste do projeto, alguns integrantes começaram a participar de outras iniciativas. Vag Notreta, pouco tempo depois, em função de questões familiares, retornaria a Pelotas.
AUTOR – Vag Notreta está ligado à música desde a infância. Ele recorda a coleção de vinis do pai, que abrangia os mais variados ritmos e estilos. Em Alegrete, onde nasceu, ainda pré-adolescente integrou uma banda de punk rock. Com a família mudando para Pelotas, participou com Menega e Felipe Rotta – músico que acompanha Humberto Gessinger -, do grupo Tarja Presta. Também houve o período, com o irmão Cafu, no Rap do Revolta Black. Letrista, estima que tenha em tornode 120 músicas, mas pouco mais de uma dezena já foi gravada. A ideia é intensificar a divulgação, e nos próximos meses novas músicas serão postadas no projeto Studio Fides Live Session