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domingo, 17 de novembro de 2024

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“Não arriscaremos um retorno precipitado”, reiterou Leite sobre o retorno das aulas presenciais

14 agosto
09:26 2020

O governador Eduardo Leite aproveitou a transmissão ao vivo pelas redes sociais nesta quinta-feira (13/8) para reforçar o caráter inicial da discussão sobre a retomada presencial das aulas no Rio Grande do Sul. Na terça-feira (11/8), uma reunião entre o governo do Estado, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e presidentes das 27 associações regionais deu início à conversa, que ainda envolverá encontros com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, o Tribunal de Contas do Estado e os próprios prefeitos.

“Ao lado do governo do Estado, as prefeituras são as grandes mantenedoras das redes de ensino. Por isso, os prefeitos precisam se organizar, seja o retorno no início de setembro ou mais adiante. Precisam identificar os protocolos demandados, os cuidados exigidos, fazer contratação de equipe, compra de materiais e de equipamentos necessários ao retorno seguro. Por isso, chamamos os prefeitos para dar início ao debate”, explicou Leite.

A sugestão inicial apresentada pelo Estado propõe o retorno gradual e escalonado das aulas a partir de 31 de agosto para as redes pública e privada. O primeiro nível a voltar seria o Ensino Infantil. O Ensino Superior retornaria em 14 de setembro; o Médio e Técnico, em 21 de setembro; os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro; e os anos iniciais, em 8 de outubro. O retorno às aulas presenciais ocorrerá, pela proposta do Estado, somente nas regiões que estiverem em bandeira amarela e laranja.

“A retomada iniciaria pela Educação Infantil justamente porque, nessa rede, o cumprimento de dias letivos não é obrigatório. O envio dos alunos pelos pais, portanto, não seria compulsório. Nos Ensinos Fundamental e Médio, os alunos estão estudando por meio remoto, porque as crianças já têm autonomia para acessar as aulas. O mesmo não ocorre na Educação Infantil, no qual crianças de zero a cinco anos têm pouca condição de terem estímulos e de se manterem atentas por meio remoto”, detalhou o governador.

Como as aulas remotas não funcionam da mesma forma – o governador reiterou que, do ponto de vista pedagógico, a aula remota não tem capacidade de substituir as aulas presenciais no sentido de manter o estímulo e a transferência de conhecimento para crianças e jovens – na Educação Infantil, pais e responsáveis estão deixando de pagar a mensalidade das escolas, que acabam quebrando. “Se essas escolas para essa faixa etária deixarem de existir, a rede pública não terá capacidade para suportar a demanda que surgirá”, ponderou Leite.

Além disso, como a economia está, aos poucos, retomando, pais e responsáveis podem não ter opção segura para deixar os filhos. “Acabam deixando com algum vizinho ou pessoas que se dispõem a cuidar das crianças por um valor, mas sem que haja estrutura para isso e sem que protocolos de segurança contra o coronavírus estejam sendo observados”, apontou.

O governador ressaltou que a retomada da Educação Infantil será, antes de tudo, uma opção de prefeitos e pais. “Trata-se de retirar a restrição imposta pelo Estado. Os prefeitos poderão avaliar se seus municípios têm condições, e os pais que preferirem manter as crianças em casa inclusive devem fazê-lo. Queremos dar uma opção aos pais que não têm onde deixar as crianças e que precisam retornar ao trabalho”, reforçou.

Se os indicadores de contágio por coronavírus começarem a subir (número de internações e de mortes, por exemplo), todo o cronograma inicialmente proposto será adiado. “Não arriscaremos um retorno precipitado. Há uma série de condicionantes. Nada será feito sem a convergência de prefeitos e especialistas e sem a segurança de que os indicadores apontam para um momento de estabilidade”, reiterou.

As aulas tampouco serão retomadas da mesma maneira como eram conhecidas. O modelo proposto é híbrido e envolve o ensino remoto (Google Classroom e plataformas, além das plataformas do ensino privado) e o ensino presencial, em turmas e horários reduzidos, com distanciamento em sala de aula e com uso de todos os equipamentos de proteção individual e adoção de medidas de higiene.

Governador explicou que aulas da Educação Infantil seriam alternativa para pais deixarem filhos em locais seguros

Governador explicou que aulas da Educação Infantil seriam alternativa para pais deixarem filhos em locais seguros

Investimentos

O valor estimado para investimento na rede estadual em aprendizagem, capacitação, equipamentos de proteção e materiais de desinfecção e contratação de professores e profissionais de apoio (serventes e merendeiras) para professores e alunos terá um custo extra de R$ 270 milhões.

Um dos investimentos do Estado é a aquisição de chromebooks (modelo de notebook) para os professores. Serão 50 mil equipamentos, dos quais 25 mil já foram adquiridos e devem chegar até o fim de setembro. A entrega dos outros 25 mil se dará até o fim do ano.

Para garantir a segurança dos alunos e dos professores, o Estado prevê a compra de equipamentos de proteção individual para alunos e professores da rede estadual, como mais de 9,8 mil termômetros de testa, mais de 328 mil máscaras de uso infantil, mais de 1,9 milhão de máscaras de tamanho infanto-juvenil e mais de 1,3 milhão de máscaras para adultos (alunos e funcionários). No total, o investimento somente em EPIs será de cerca de R$ 15,3 milhões.

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