No Piratini, governador Eduardo Leite apresenta resultados do RS Seguro
Para marcar os 120 dias do RS Seguro, o governador Eduardo Leite, o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, e o secretário da Administração Penitenciária, Cesar Faccioli, apresentaram, na manhã de ontem, uma série de ações estratégicas para avançar no plano traçado no âmbito do programa estruturante e transversal da segurança do Estado.
As medidas foram detalhadas por Ranolfo no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini. “O balanço desse primeiro período do RS Seguro mostra que seguimos as três premissas do programa – Integração, Inteligência e Investimento Qualificado –, dentro dos quatro eixos de atuação, que são combate ao crime, políticas sociais de prevenção, atendimento ao cidadão e sistema prisional”, explicou.
No tocante à crise prisional, Ranolfo destacou que a criação da Secretaria de Administração Penitenciária demonstra que a situação é uma das prioridades para o governo. “Temos a visão de que manter as duas áreas, segurança pública e administração penitenciária, dentro da mesma pasta, faria com que uma delas fosse relegada a segundo plano. Isso foi um dos grandes motivadores para se criar uma secretaria que pudesse se focar nessa questão”, ressaltou.
Para o governador Eduardo Leite, a prestação de contas dos 120 dias do RS Seguro não só comemora a redução de indicadores de criminalidade deste primeiro semestre, mas também mostra como as ações para territórios prioritários estão sendo articuladas com os próprios municípios, a partir de programas existentes. “Identificamos no território das cidades quais programas devem ser reforçados em áreas como saúde e educação. Quanto maior for a atenção à infância e à escola, conseguiremos promover um escudo social que evita que a violência se torne atraente para crianças e jovens”, enfatizou.
COMBATE AO CRIME
Entre os destaques, está a sistemática para aprimorar o uso de dados estatísticos no combate ao crime. Ranolfo apresentou a lista dos dezoito municípios considerados prioritários para o RS Seguro: Alvorada; Cachoeirinha; Canoas; Capão da Canoa; Caxias do Sul; Esteio; Gravataí; Guaíba; Novo Hamburgo; Passo Fundo; Pelotas; Porto Alegre; Rio Grande; Santa Maria; São Leopoldo; Sapucaia do Sul; Tramandaí; Viamão.
Também foram destacados os critérios pelos quais eles foram escolhidos, e os quatro indicadores que serão monitorados – crimes violentos letais intencionais, roubo de veículos e roubo a pedestres, comuns a todos, mais um indicador condizente com a realidade local – para o planejamento operacional dos órgãos de segurança.
Além disso, foi lançado o ciclo mensal de Gestão de Estatística em Segurança (GESeg), com quatro instâncias de análise. As reuniões, que contam com representantes de todos os órgãos de segurança pública estaduais, também têm a presença do governador Leite e do vice Ranolfo. As avaliações começam nas unidades operacionais dos municípios até chegar a um colegiado de governo, que vai se reunir todas as segundas quintas-feiras de cada mês.
DECRETOS
Para reforçar a efetividade do eixo de combate ao crime, o governador assinou cinco decretos. O primeiro cria dois Batalhões de Choque da Brigada Militar (BM), em Caxias do Sul e em Pelotas. As novas unidades se somam às existentes em Porto Alegre, Santa Maria e Passo Fundo, e devem ser implantadas em agosto, assim que os policiais militares se formarem. Cada um dos batalhões terá 110 policiais.
O segundo decreto cria a Divisão de Combate à Corrupção no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. A medida terá implantação imediata, uma vez que a unidade já conta com o efetivo necessário.
O terceiro decreto implanta as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs) em Canoas, para compatibilizar as áreas de atuação da BM e da Polícia Civil na cidade. As AISPs serão aplicadas nos dezoito municípios prioritários. Essa medida coloca em prática a premissa de integração entre as forças de segurança do Rio Grande do Sul, instrumento fundamental para ampliar a eficiência do combate à criminalidade e a redução dos índices.
“Não temos dúvida da necessidade de integrar todos os agentes da segurança pública, de modo que trabalhem dentro da mesma circunscrição, da mesma área”, exemplificou Ranolfo.
Por último, o governador assinou dois decretos que atualizam a regulamentação do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública no Rio Grande do Sul (Piseg-RS). A legislação, pioneira no Brasil, incentiva a destinação de recursos pela iniciativa privada, na condição de compensação de impostos, para serem investidos diretamente na aquisição de equipamentos para a segurança pública. A expectativa é de que o programa seja colocado em prática até o final deste mês.
Para o vice-governador Ranolfo, essa é uma das áreas de atuação mais relevantes do programa. “Estamos enxugando gelo. Se não dermos atenção e prioridade à prevenção, passaremos a vida toda fazendo isso. Além disso, o resultado de ações de prevenção são medidos em longo prazo”, destacou.
CIDADÃO
Para o terceiro eixo, de atendimento ao cidadão, está em desenvolvimento um novo sistema de registro de ocorrências, que aplicará a tecnologia de georreferenciamento para qualificar o mapeamento criminal, e a ampliação dos serviços da Delegacia Online, com aumento do número de tipos de delitos passíveis de registro pela internet, sem necessidade de deslocamento até uma delegacia de polícia.
Ainda relacionado a esse eixo, o Corpo de Bombeiros fará a aquisição de uma viatura de resgate para cada um dos 18 municípios prioritários do RS Seguro, e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) já implantou o serviço de solicitação online da segunda via da carteira de identidade para os cidadãos que emitiram o registro geral (RG) no novo modelo.
SISTEMA PRISIONAL
Em relação ao sistema prisional, quarto eixo do RS Seguro, o secretário da Administração Penitenciária, Cesar Faccioli, detalhou o plano para abrir cerca de 3,5 mil novas vagas prisionais a curto e médio prazos. Apontou ainda a meta de instalar 5 mil tornozeleiras em 2019 e outras 5 mil até 2022, além da ampliação de seis para 32 salas de videoconferência para audiência judicial até 2023. Faccioli lembrou que, sem a cooperação da sociedade, a abertura de vagas seria mais lenta no Estado. “É preciso reconhecer a importância do engajamento da sociedade, dos municípios que manifestaram interesse em receber novos presídios”, destacou.
Leite explicou que não estão sendo medidos esforços para que o déficit de vagas prisionais seja mitigado no Estado. “Nesses primeiros meses, nossa política pública tem apresentado uma efetividade em prisões, a partir de operações, que está represada no gargalo de um sistema prisional deficiente por anos de falta de investimentos. Buscamos, no menor prazo possível, providenciar a abertura de novas vagas, e no médio e no curto prazos, evitar essa situação de presos em delegacias e em viaturas”, explicou o governador.