NÚMEROS INTRIGANTES : Equipe que não manda em casa
Brasil completa cinco partidas sem ganhar no Bento Freitas e leva 10 gols em três jogos contra times do interior
O que ocorre com o Brasil no Bento Freitas? A pergunta não encontra uma resposta definitiva. É uma questão intrigante neste começo da temporada de 2019. O time não consegue vencer em casa e nem se impor ao adversário, o que é uma característica histórica do Rubro-Negro. No atual Gauchão, a campanha é de dois empates e três derrotas como mandante. O ataque marcou só dois gols e a defesa sofreu 10.
Contra o Caxias, na primeira rodada, o Brasil tomou 3 a 0. A explicação: tempo curto de preparação em função de uma pré-temporada reduzida, mas a evolução ocorreria naturalmente. Depois caiu de 3 a 1 para o Aimoré. Mérito do adversário, que acertou dois chutes improváveis para marcar os dois primeiros gols, e a atuação inspirada de Marcelo Pitol, que estava supermotivado para dar uma resposta à diretoria xavante pelo fato de não ter permanecido no clube.
Por fim, a goleada humilhante por 4 a 1 para o São Luiz, de virada, depois de uma atuação animadora no primeiro tempo. O “apagão” do time, especialmente no começo da segunda etapa, não encontrou explicação plausível. “Fizemos dois tempos distintos, temos que buscar o equilíbrio”, repetia o técnico Gustavo Papa na entrevista coletiva após o jogo. O vice-presidente de futebol, Giovane Alcântara, disse que “parece até coisa sobrenatural” ao tentar responder o questionamento para a falta de vitória no Bento Freitas.
RETROSPECTO – O Brasil se esforça para superar marcas negativas nesta temporada. Está há cinco jogos sem ganhar em casa nesta edição do Gauchão. O maior jejum dos últimos anos foi em 2009 (ano do acidente com a delegação do clube), quando passou seis partidas sem ganhar no Bento Freitas. Só venceu na última rodada (1 a 0 no Novo Hamburgo).
Naquele ano, o Xavante levou a maior goleada na história recente do Campeonato Gaúcho contra time do interior (portanto, sem considerar os 7 a 0 sofridos diante do Internacional), perdendo por 5 a 2 para a Ulbra. Só que as circunstâncias entre 2009 e 2019 são completamente diferentes: há 10 anos, o clube tinha passado pela pior tragédia de sua história, com a morte de três profissionais (Milar, Régis e Giovane Guimarães) e quase todo grupo desmanchado – seja por sequelas do acidente ou por abalo psicológico por conta do trauma das perdas. Nos dias atuais, o Brasil ostenta a condição de ser integrante da Série B do Brasileiro, com orçamento superior aos demais concorrentes do estadual.
Em 2009, o rebaixamento era inevitável; a campanha de agora é inexplicável.
MUDANÇAS
O técnico Gustavo Papa fará seguramente alterações na equipe do Brasil para a partida de domingo, contra o Pelotas, às 16h, no Bento Freitas. O zagueiro Nirley teve uma atuação infeliz no jogo passado e a tendência natural é que ele saia do time. Heverton pode retorna à titularidade – a não ser que Rodrigo Aguiar possa jogar o Bra-Pel. Ele saiu da equipe por causa de lesão.
O lateral direito também pode trocar. Ricardo Luz tem deficiência na marcação e a jogada forte do Pelotas é por esse lado com Jarro. Assim pode ser a chance de Helder reaparecer no time rubro-negro. Washington está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. A vaga no meio-campo deve ser ocupada por Sousa.
2009
- Brasil 3×3 Santa Cruz
- Brasil 1×1 São José
- Brasil 1×3 Ypiranga
- Brasil 2×5 Ulbra
- Brasil 0x7 Internacional
- Brasil 0x0 Juventude
2019
- Brasil 0x3 Caxias
- Brasil 0x0 Novo Hamburgo
- Brasil 1×3 Aimoré
- Brasil 0x0 Grêmio
- Brasil 1×4 São Luiz
Derrota deu vida aos concorrentes
Se o Brasil tivesse vencido o São Luiz, na terça-feira, o Brasil teria se afastado da zona de rebaixamento e entrado com força na disputa por vaga nas quartas de final do Gauchão. A derrota manteve o time de Gustavo Papa à beira do Z-2, com apenas um ponto à frente do Avenida e três do Veranópolis. Ou seja, a luta contra a queda para a Série B segue aberta e imprevisível, faltando duas rodadas para o encerramento da fase classificatória da competição.
O fracasso do Brasil deu vida ao Avenida e nova esperança ao Veranópolis. Se perder o Bra-Pel, a equipe rubro-negra pode acabar a rodada na lanterna – desde que o Avenida vença o São José, em Santa Cruz do Sul, e o Veranópolis derrote o São Luiz, em Ijuí. É uma hipótese menos provável do que o retorno para a zona de rebaixamento.
O Brasil volta ao Z-2 se o Avenida fizer mais pontos do que o Xavante nesta penúltima rodada. Ou então em caso de derrota rubro-negra no clássico combinada com vitória do Veranópolis. O Juventude, com 10 pontos, ainda corre o risco de rebaixamento. Foi mais um beneficiado pela surpreendente virada do São Luiz em Pelotas.
Na melhor das hipóteses, o Brasil pode resolver sua situação no domingo, com vitória – desde que o Avenida perca para o São José. Porém, o trunfo rubro-negro no clássico, além de rebaixar o Veranópolis, representa praticamente a permanência na Série A.
Jogos restantes
10ª rodada
Brasil x Pelotas
Avenida x São José
São Luiz x Veranópolis
Novo Hamburgo x Juventude
11ª rodada
Veranópolis x Brasil
Juventude x Avenida