O INDECIFRÁVEL GAUCHÃO : Sem a bola rolar, Estadual segue sua senda de polêmicas diárias
Pelotas se posiciona sobre casos de covid-19 no clube, afirma que cumpriu protocolos e mantém treinamentos
Por: Henrique König
O chamado lead de uma notícia traz os elementos ‘o quê’, ‘quem’, ‘onde’ e ‘quando’, com o desenvolvimento dos ‘comos’ e ‘porquês’ durante o texto. O Campeonato Gaúcho não permite que os leads durem muito tempo. A verdade de um dia é desmentida no dia seguinte. A certeza da realização do Estadual e das suas partidas é posta em dúvida horas depois.
O Estadual muda a cada dia. O clássico Gre-Nal seria no Beira-Rio, a prefeitura de Porto Alegre vetou, o jogo iria para Novo Hamburgo, a prefeitura de NH vetou e o enfrentamento entre Internacional e Grêmio está marcado para Caxias do Sul, no estádio Centenário, às 21h30.
As prefeituras de Novo Hamburgo e São Leopoldo também estão proibindo as partidas. No caso de São Leo, os jogos do Aimoré poderão ocorrer, mas outras partidas marcadas pela FGF estão proibidas. Entre elas, estaria o jogo entre Pelotas e São José, pela última rodada.
A Federação Gaúcha de Futebol trabalha hoje (21) com as possibilidades de Lajeado, Farroupilha e Santa Cruz do Sul sediarem as partidas proibidas de ocorrer em Porto Alegre, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Na serra, Veranópolis já havia sido solicitada para receber Brasil e São Luiz, pela última rodada da classificação.
BRA-PEL – confronto de versões
A Prefeitura recebeu informação de que um jogador do EC Pelotas, positivado para covid-19, teria participado de treinamento coletivo na Boca do Lobo. Por conta disso, a Prefeitura vetou a realização do clássico Bra-Pel na quarta-feira. A ordem também seria para o Pelotas manter todos que participaram do treinamento coletivo em novo isolamento social.
Nesta segunda-feira (20), o Pelotas fez um pronunciamento através do seu chefe do departamento médico, Mauro Pavesi. O profissional da saúde garantiu que os funcionários do clube cumpriram todos os protocolos, entre eles: manter em isolamento funcionários que vieram de fora de Pelotas, não realizar treinos coletivos e em locais fechados (como academia e vestiário) no período de proibição e só liberar os coletivos quando estes foram devidamente autorizados.
Segundo o EC Pelotas, dos 4 casos positivados no clube, 3 estavam cumprindo o isolamento social, por virem de fora da cidade. O atleta que já estava em Pelotas foi direto para o departamento médico, por estar lesionado. Ou seja, nenhum dos 4 treinou coletivamente. Em resumo, o Lobão negou a informação da Prefeitura. Acontece que a informação recebida pela Prefeitura foi o motivo para o novo adiamento do clássico Bra-Pel, que ocorreria nesta quarta-feira, às 19h.
Seguindo os protocolos estabelecidos, com os jogadores que testaram negativo, o Pelotas anunciou que segue treinamentos.
Em live, a prefeita Paula Mascarenhas: “A entrevista do médico do Pelotas não condiz com o que o presidente (do Pelotas, Gilmar Schneider) havia me dito na sexta-feira. Ele havia me confirmado categoricamente que o dito jogador havia participado de treino. A questão do cancelamento do Bra-Pel foi uma consequência dessa informação dada pelo presidente do clube. Causa uma incerteza, uma insegurança muito grande o clube vir dias depois com essa contradição ao que me foi passado. Estamos agindo assim (solicitando o isolamento dos envolvidos com o atleta) com o Pelotas e agimos assim com qualquer empresa semelhante.”
Como fica o Bra-Pel?
Até a próxima ordem, o clássico Bra-Pel segue adiado. A depender das datas possíveis entre o Campeonato Gaúcho e os campeonatos nacionais, o jogo entre Pelotas e Brasil pode ser definitivamente cancelado.
A polêmica é grande, pois o Pelotas quer garantir que está pronto para a disputa, cumprindo as normas protocolares e com possibilidade de escalar time e banco para os jogos, enquanto o Brasil, adversário, também garante estar cumprindo o protocolo e aguarda novas deliberações. As duas equipes lutam na parte de baixo da tabela na classificação geral, mas também poderiam alcançar as semifinais do segundo turno. Lembrando que, embora não haja rebaixamento, os dois últimos colocados devem sofrer redução das suas cotas financeiras para o Gauchão 2021. Dessa maneira, tanto o Pelotas, pivô da polêmica, quanto o Brasil, parte
interessada na realização do jogo, seriam prejudicados na tabela com o cancelamento do Bra-Pel