Diário da Manhã

quinta, 14 de novembro de 2024

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O MESTRE DOS PÊNALTIS : Goleiro Osvaldo Rolim conta aventuras com a camisa xavante

08 julho
09:17 2020

Por: Henrique König

Se no ataque xavante havia a célebre frase “bobeou, o Lambari guardou”, na defesa havia um intransponível goleiro entre 1991 e 1993. “Cobrou, o Osvaldo pegou.” Era o dito para os pênaltis contra o Grêmio Esportivo Brasil nesse período. Natural de Bagé, terra para onde voltou após encerrar uma longa e vitoriosa carreira entre 1976 e 1998, o goleiro Osvaldo Rolim foi o convidado de César Porto na Rádio Conexão Xavante, no programa Agito Geral, transmitido ao vivo pela internet nas segundas-feiras. A produção é de Vinícius Maciel.

22 anos de carreira e muitas camisas defendidas. Osvaldo iniciou no Guarany de Bagé, teve passagens por Novo Hamburgo, Inter de Santa Maria, Avaí, Hercílio Luz, São Paulo de Rio Grande, Juventude, Guarani de Cruz Alta, até chegar ao Xavante. Ainda passou por São Luiz, 14 de Julho e Grêmio Santanense.

“Nosso começo no Guarany foi com um time muito bom. Organizado e parelho. Quando saí de Bagé foi para o Novo Hamburgo, onde chegamos às finais do Estadual em 1982. Passei pelo Inter de Santa Maria, quando fizemos grande campanha em 1983. Se fosse hoje, seria como ir para Série A do Brasileiro. Nós não tomávamos gol e íamos ganhando sempre”, relembra.

Osvaldo Rolim é lembrado pelas inúmeras defesas de pênalti. Ele não tem um dado preciso a respeito: “Nunca fiz uma contagem, uma relação exata na carreira, mas foram 20 e tantos. Foram muitos”, adverte o goleiro que minimizava o termo ‘penalidade máxima’, já que possuía grandes chances de defender o chute. “Quando saía pênalti para os adversários, eles já nem comemoravam muito”, sorri.

Apesar de muitos clubes pelo interior gaúcho, foi no Grêmio Esportivo Brasil que encontrou sua ‘segunda pele’. “Fui para o Xavante em 1991, com um grupo de

companheiros do Guarany de Cruz Alta. Foi através do técnico Galego e do dirigente Azocar. Marcou minha chegada o desejo dos torcedores e dirigentes em subir para o Gauchão e ganhar o Bra-Pel. Na época, os grandes goleiros do interior gaúcho, os que mencionavam éramos eu e o Juarez, do Pelotas.”

Garante que venceu mais clássicos. No primeiro deles, no reencontro com a primeira divisão, a vitória do Xavante foi por 1×0, gol marcado por Lambari, em 1992. Sempre com entrevistas fortes, Osvaldo Rolim decretava que agora iriam ouvir falar de um novo goleiro: e cumpriu.

Jogar no Brasil “era uma responsabilidade pela nação, pelo fanatismo dos xavantes. Nosso grupo era muito unido, dentro e fora de campo. Na época, o aquecimento era no vestiário e quando subíamos para o gramado, olhávamos a massa, os jogadores correndo, a torcida gritando o nome de um por um, o foguetório, então precisávamos jogar e ganhar. Quem é xavante é com paixão e troca isso por nada.”

“Minha segunda pele”

“Minha segunda pele”

Destaca pelas experiências pelo interior que é no Bento Freitas que a camisa da dupla Gre-Nal não entra, só quando for jogo contra eles, no reduzido setor visitante.

Houve também o Bra-Pel da briga. “A gente não sabe se foi o torcedor inventando que ia bater no Hélio (zagueiro) e sempre fui parceiro dele. Foi um jogo aguerrido, pegado e no estopim deu a pauleira. Ainda fizemos o gol no fim do jogo.”

Em episódio marcante, exibiu a camisa do Brasil para os torcedores do Pelotas em uma cabine de imprensa e acabou solitário para lidar com a fúria dos áureo-cerúleos. O policiamento pediu para Osvaldo ceder a camisa aos rivais, mas ele não largou. Só conseguiu sair do estádio após muito tempo e com muita escolta.

“Não dei a camisa, era a minha segunda pele”, se emociona neste trecho. No Bra-Pel seguinte que jogou, após outra vitória do Brasil, foi carregado nos braços pelos torcedores xavantes que invadiram o gramado.

“Até hoje uso muito a camisa do Brasil. Jogo aqui em Bagé com os veteranos. A camisa pra mim sempre foi uma honra. Aceito de presente dos torcedores xavantes que me visitarem” e faz a propaganda de sua churrascaria na avenida de entrada de Bagé. Passando o pórtico, é no primeiro posto à esquerda. A churrascaria Cinturão é um local certo para os rubro-negros que passarem pela cidade Rainha da Fronteira.

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