Obras de duplicação da rodovia oferecem nova paisagem para o Contorno de Pelotas
Mais de 400 árvores já foram transplantadas pelo DNIT desde o início do empreendimento
Quem passava pela BR-392, próximo ao km 63 no Contorno de Pelotas, deve ter notado uma árvore que aguardava, solitária entre a área alagada, a aproximação das obras de duplicação da rodovia. A corticeira-do-banhado (Erythrina crista-galli) é uma espécie imune ao corte no Rio Grande do Sul e foi transplantada, na semana passada (28/11), para dar lugar à nova pista. Somente no lote 1, 494 árvores já passaram por este procedimento e, até o momento, apenas três não sobreviveram.
“Em alguns casos ainda não foi possível constatar a sobrevivência ou não do indivíduo, principalmente na espécie corticeira-do-banhado. Devido à poda brusca, a avaliação de pega desta espécie é demorada, o que só é possível depois do aparecimento de brotação”, explica a engenheira florestal da Gestão Ambiental da BR-116/392 (STE S.A.), Débora Bortoli Sartori. Conhecida por ser uma espécie ornamental devido à beleza das suas flores, a corticeira-do-banhado é a árvore com maior número de transplantes no lote 1-B, realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) por meio da construtora Consórcio Contorno.
Realocada para um local próximo ao de origem, a espécie foi podada para compensar as perdas de raízes, o que equilibra o sistema radicular e foliar. “A corticeira-do-banhado possui alta capacidade de rebrote após o corte, o que permite que mesmo as árvores de grande porte, quando podadas bruscamente, tenham alta chance de sobrevivência”, diz Débora. Depois do repouso vegetativo, este indivíduo será monitorado pela Gestão Ambiental para observar a sua adaptação ao local de destino sua brotação. Além das corticeiras-do-banhado, os butiazeiros e figueiras devem ser, sempre que possível, transplantados. O jerivá é uma espécie indicada a este procedimento pela sua fácil adaptação.