OBRAS NA OSÓRIO : Comerciantes se queixam da queda de até 80% nas vendas
Comerciantes e moradores da rua General Osório e população em geral terão que esperar até março para que a vida no centro da cidade retorne ao normal.
Esta foi a data prometida pelo diretor executivo da Unidade de Gerenciamento de Projetos da Prefeitura, Roberto Ramalho, e a engenheira Karen Esperança, gerente da obra de revitalização da rua que inclui o corredor de ônibus, que inicia na Gomes Carneiro e vai até a Avenida Dom Joaquim.
A perspectiva desagradou à plateia que assistia a audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira, 28/12, no Legislativo, formada principalmente por comerciantes da Osório. Com os negócios em baixa, eles criticaram a morosidade dos trabalhos e a falta de diálogo da empresa responsável, a SBS Engenharia, quando de alterações no trânsito ou nas atividades que possam ocasionar inconvenientes a quem tem negócios ou mora naquela via.
Geraldo Bosembecker se viu obrigado a demitir funcionários por causa da diminuição de clientes em seu restaurante. Gilso Braga, que atua no ramo da saúde, disse que teve queda nas vendas de até 80%. “Faltou gerenciamento e organização, na situação em que estou é quase como fechar as portas”, desabafou.
Júlio Borges, que tem loja entre as ruas Voluntários da Pátria e Cassiano mostrou-se preocupado com o futuro dos estacionamentos na rua. Assim como ele, outros lojistas precisam que os clientes tenham locais próximos para deixar seus veículos na hora de realizar suas compras.
Ao tentar explicar a complexidade das obras, a engenheira da UGP disse que “a obra é muito visada porque não traz transtornos só para o morador e o comerciante, mas para toda a cidade, mas não tem como realizar sem alguma dificuldade”.
Indagada pelo vereador Marcus Cunha (PDT), autor da proposta para realização da audiência púbica, por que os trabalhos não são feitos em três turnos, com mais operários, para diminuir o cronograma, e porque a empresa retirou trabalhadores de Pelotas e mandou para Santa Vitória do Palmar, Karen Esperança disse que a Prefeitura não pode exigir da empresa que contrate mais pessoal ou que atue em mais horários, porque isso não está no contrato.
“A SBS trabalha por equipes, em drenagem, asfalto, corredor de ônibus, alargamentos, afirmou. “Se mandou trabalhadores para Santa Vitória é porque não tinha trabalho aqui”.
A empresária Crissiany Teixeira contou ter sido multada ao estacionar seu carro para levar um aparelho de televisão para conserto. “O problema é geral, restaurantes, lojas, escritórios, moradores, e ninguém explica nada”, afirmou.
CORREDOR – Quando estiver concluído, o corredor de ônibus não será exatamente um corredor de ônibus. O que está programado é que, da rua Gomes Carneiro até a Avenida Bento Gonçalves, os veículos de transporte coletivo circulem preferencialmente pela faixa de concreto, à direita da pista, conforme informou, na audiência, o diretor executivo da UGPe, Roberto Ramalho.
“Para evitar que se formem extensas filas de ônibus, eles poderão ultrapassar”, explicou. Depois da Avenida Bento Gonçalves, a pista de asfalto também poderá ser utilizada pelos demais veículos, completou.
Indagado sobre a necessidade da construção do corredor, Ramalho explicou que o objetivo foi “garantir a durabilidade da pista, que será de 15 a 20 anos”.