Diário da Manhã

segunda, 18 de novembro de 2024

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ODARA : Aulão de dança e música na Baronesa

06 janeiro
09:07 2017

Domingo às 15h na Baronesa, aulão gratuito com o ODARA – Centro de Ação Social, Cultural e Educacional

Por Carlos Cogoy

Encontro aberto e todos poderão participar. A professora Maritza Ferreira Freitas ressalta sobre o evento no Parque do Museu da Baronesa: “É um aulão para o reencontro, para a troca, para celebrar a alegria e o prazer de momentos já vividos e daqueles que virão. Com esse reencontro, acontece a aula como vivência, como encontro dos diversos, como conhecimento e como memória. Dessa forma que o ODARA vai se refazendo. Cada um(a) deve sentir-se seduzido(a). Esse é o convite. Ouvir a trajetória de quem já esteve na ONG faz parte da atividade. São histórias a serem contadas, são vidas que estão sendo construídas e que não deixaram apagar de suas mentes e corpos, o encantamento de ser e viver ODARA, o encantamento negro. Então, aula aberta. E todos(as) podem participar, desde que não tenham restrições médicas. Sendo uma prática corporal, é importante estar à vontade e com liberdade para movimentar-se, portanto, são recomendadas roupas leves e que permitam uma boa mobilidade”.

Odara no Loteamento Dunas

Odara no Loteamento Dunas

AULAS de dança e percussão também acontecem aos sábados pós 15h no Comitê de Desenvolvimento do Loteamento Dunas (CDD) – avenida Ulysses Guimarães 2.057. Maritza observa: “No CDD, aulas aos sábados. Em algumas a professora Raquel esteve ministrando, assim como integrantes mais antigas. A exemplo, Priscila Couto e Joice Costa. Também houve práticas teatrais com a colaboração de Alex Lessa. Já o Dilermando sempre presente com a percussão. Bruno no som e, junto a Magda e Daniela, organizando as  concepções coreógraficas”.

ESCOLAS – Em 2016,  ODARA esteve na Mostra Cultural no Dunas, Escola Estadual José Anchieta, e participou do Seminário da Consciência Negra (SECONEP). Na Baronesa, reencontro de integrantes com o “Piquenique Odara”.

TRAJETÓRIA – ODARA ensaiou em locais como o Colégio Pelotense, Fica Ahí, Terezinha F. C., antigo ICH da UFPel. Em 2000, convite do secretário de Cultura de São Paulo para integrar as comemorações dos quatrocentos anos da capital paulista. Ano seguinte, “1º Seminário ODARA, sonho de encantamento negro”. No País, grupo levou a arte afro-pelotense ao “Salão Nacional de Territórios Rurais” em Brasília, ao “Encontro Nacional dos Pontos de Cultura” do Ministério da Cultura em Belo Horizonte. Na Bahia, apresentou “Giamarê Odara” pelo edital Caixa Cultural. Também esteve na Fenadoce, Fórum Social Mundial, desfilou como “Bloco” em dois Carnavais, e adotou o lar “Casa das Meninas”, num projeto criado pelo promotor José Olavo Passos. O compromisso, frisam integrantes, é “trabalhar em prol de uma cultura de combate ao racismo e toda forma de preconceito”.

GRUPO na Bienal Internacional de Arte e Cidadania da UFPel

GRUPO na Bienal Internacional de Arte e Cidadania da UFPel

Origem do ODARA

Em atividade há mais de quinze anos, o ODARA surgiu após a segunda edição do projeto “CABOBU” em 2000. No evento idealizado por Giba Giba, que homenageava carnavalescos Cacaio, Boto e Bucha, Mestre Batista – griô falecido há quatro anos -, sugeriu a criação do grupo “Filhos de Zumbi”. A ideia visava grupo de artístico, enfatizando a dança e a percussão. O debate evoluiu e houve a opção por “Odara”, referindo-se a um dos livros da escritora negra pelotense Maria Helena Vargas da Silveira. Em destaque, a valorização do instrumento de percussão “Sopapo”, resgatado por Batista nas edições do Cabobu.

Integração através da arte

Integração através da arte

FUNDADORES – Além de Batista, também são fundadores: Maria Batista; Suzete Medeiros; Marielda Medeiros; Jorge Alvacir Souza; Raquel Moreira Rita Dias; Dilermando Martins Freitas; Maritza Flores Ferreira Freitas. Pouco tempo depois houve a participação de Antônio Carlos Pinto Rosa. Destaque ao professor, filósofo e poeta Miguel Delmar Dias, colaborador engajado nas atividades do ODARA. Em 2001, a professora Marielda Medeiros, afastou-se para assumir função na administração popular. No percurso, faleceram Suzete e o pesquisador Jorge Alvacir. Durante boa parte da trajetória, a coordenação ficou a cargo de Dilermando, Maritza e Raquel. Na renovação, o empenho do jovem Bruno “Bruninho” Ferreira Freitas.

Experiência com pré-vestibular

Em 2007 e 2008, o ODARA ofereceu Pré-Vestibular gratuito. A Organização Não-governamental participou de edital e foi selecionada no Programa Inovador de Cursos (PIC), do Ministério da Educação. Os alunos deveriam ser oriundos de escolas públicas, e comprovar a renda familiar. O PIC, política afirmativa do governo federal, priorizava alunos afro-descendentes e indígenas. Assim, no pré-vestibular do Odara, 51% das vagas eram para afro-descendentes. O aluno selecionado recebia bolsa-auxílio e material didático.

PARCERIAS – Á época para estruturar o cursinho, a equipe do ODARA contou com apoiadores. Para inscrições, o então ponto de cultura Chibarro – funcionava nas dependências do atual Liceu da UFPel. Como sala de aula, contando com o apoio de Paulo Barbosa, sala em unidade dos Correios à rua Marechal Floriano.

FORMAÇÃO – Na trajetória do ODARA, a convite de secretarias de educação e cultura, houve palestras, oficinas e apresentações na região: Arroio Grande; Piratini; São Lourenço do Sul; Guaíba; Bagé; Candiota; Jaguarão; Canguçu. A professora Maritza Ferreira Freitas acrescenta: “No grupo, a formação continua acontecendo com as discussões, os debates diante da escolha dos trabalhos a serem desenvolvidos, presença em seminários, palestras e eventos”.

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