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Oito das 15 mortes por sarampo registradas no país foram entre crianças menores de cinco anos

Oito das 15 mortes por sarampo registradas no país foram entre crianças menores de cinco anos
13 março
17:00 2020

Para se proteger da doença, especialista da Sociedade Cearense de Pediatria reforça que a única forma é tomar a vacina

Responsável por 15 mortes no Brasil em 2019, o sarampo é uma doença causada por um vírus. A transmissão pode ocorrer quando uma pessoa infectada tosse, fala ou espirra próxima de outras.

Os principais sinais e sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Além disso, outros sinais podem aparecer em um intervalo de três a cinco dias, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que podem se espalhar pelo corpo.

Crianças menores de 5 anos de idade são mais vulneráveis à doença. Em 2019, mais da metade das mortes registradas ocorreram nessa faixa etária.

Presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Cearense de Pediatria, Robério Leite afirma que o surto de sarampo que o país enfrentou no ano passado está associado à queda do número de pessoas vacinadas. A recomendação do Ministério da Saúde é que ao menos 95% da população esteja imunizada.

Para se proteger da doença, Robério reforça que o único método é tomar a vacina, distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“É um vírus extremamente contagioso. A única maneira segura de se evitar a transmissão do sarampo é que os indivíduos estejam adequadamente vacinados, para que tenham uma quantidade suficiente de anticorpos de proteção. Assim, em contato com o vírus, estão protegidos e não desenvolvem a doença.”

Para que a população entenda que a vacinação é a principal forma de se proteger do sarampo e de outras doenças infectocontagiosas, o UNICEF divulga nas redes sociais a campanha global #VacinasFuncionam. No Brasil, um dos principais objetivos da campanha, realizada em conjunto com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunizações, é combater as notícias falsas com informação verdadeira.

Estimativa do UNICEF aponta que as vacinas salvam até três milhões de vidas por ano, protegendo as crianças de doenças altamente infecciosas e contagiosas e que podem levar à incapacidade ou à morte, como sarampo, pneumonia, rotavírus e difteria. Vacinas são seguras, eficazes e salvam vidas.

Brasileiros evitam tomar vacinas, mas imunização é importante para evitar complicações com doenças como a gripe e pneumonia

De acordo com um levantamento feito pela GlaxoSmithKline (GSK), 64% dos brasileiros adultos não estão com a caderneta de vacinação em dia. Porém, 89% da população tem conhecimento da importância da imunização para prevenir doenças, mas um terço (33%), afirma que “não sabe muito bem” quais são as vacinas indicadas para a sua idade.

A facilidade em compartilhar informações de forma rápida hoje em dia fez com que muitas pessoas acreditassem em mensagens falsas divulgadas em aplicativos de celulares, que afirmam que as vacinas podem causar alguns efeitos colaterais ou até mesmo agravar o problema.

“Toda vacina passa por diversos testes laboratoriais antes de ser disponibilizada para a população”, explica o Dr. Rafael Padovani, biomédico do Laboratório Rocha Lima. Além do receio em ter alguma complicação após a vacinação, outros fatores contribuem para que as pessoas evitem colocar a caderneta de vacinas em dia como a falta de tempo por conta da rotina atarefada do dia a dia.

“Muita gente pensa que a imunização é algo importante apenas nos primeiros anos de vida e na infância, então a taxa de adesão na fase adulta é muito baixa, e como atualmente as pessoas estão vivendo cada vez mais, é fundamental se cuidar”, ressalta Padovani. Outro ponto importante é que quando a pessoa é imunizada, ela acaba protegendo de forma indireta quem não pode tomar vacina, seja por utilizar algum medicamento ou por conta de alguma doença.

796 mortes em 2019

                A cada ano as vacinas contra a gripe contém uma composição diferente que varia de acordo com os vírus mais frequentes. Mesmo com o empenho do governo em realizar campanhas de conscientização, em 2019, 796 pessoas morreram e 3.430 foram infectados somente com o H1N1. A campanha de vacinação contra a gripe costuma ser em abril, porém, esse ano, com o objetivo de evitar que os serviços de saúde fiquem sobrecarregados, a campanha será em março com o objetivo de evitar o avanço do coronavírus.

“Apesar de parecer simples, a gripe possui diversas variações de vírus, e pode trazer complicações gravíssimas e até levar a óbito”, diz o biomédico. A vacina contra a gripe é trivalente, ou seja, imunizam contra três tipos de vírus. É importante lembrar que é necessário se vacinar todo ano, já que o vírus sofre mutações e os anticorpos para o vírus vão diminuindo.

Quarta doença que mais mata no Brasil

                Outra vacina importante é a contra a pneumonia, conhecida como conanti-pneumocócica. Além de ser a quarta doença que mais mata no Brasil, são registrados 900 mil casos no país por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde. Tosse, febre alta, náuseas e vômitos são alguns dos sintomas da doença. Em casos mais leves, a pneumonia pode ser tratada em casa, já em casos mais graves, é necessário que o paciente seja internado.

A vacina é indicada para crianças, jovens com doenças crônicas e principalmente para idosos, portanto, é importante a vacinação para proteger o organismo dessa patologia. “A imunização faz com que o organismo crie anticorpos contra os agentes causadores da pneumonia, então a pessoa que é vacinada fortalece a defesa do próprio corpo e consegue combater os micro-organismos que podem causar uma infecção mais grave”, finaliza Rafael.

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