Diário da Manhã

Quando os trabalhadores do transporte urbano chegaram para a assembleia, ontem à noite na sede do Sindicato, havia um forte indicativo pela paralisação do serviço. Eles não aceitavam a contraproposta inicial dos empresários, que lhes haviam oferecido percentual de reajuste salarial bem abaixo da inflação. O aceno inicial era de 6,55%, igual ao percentual acrescido recentemente na tarifa urbana, que passou de R$ 3,05 para R$ 3,25.

Enquanto isso, a inflação do período é de 8,5%. Além disso, na contraproposta inicial havia indicativos de cortes em alguns benefícios conquistados pelos trabalhadores em dissídios anteriores. O campo e o clima estavam propícios à greve.

NO ENTANTO, no meio da tarde, numa reunião entre empresários e direção do Sindicato, uma melhora na contraproposta empresarial mudou o cenário das negociações. Os empresários aumentaram o percentual anteriormente oferecido, que passou para 8,5% e ainda acenaram com reajustes no vale-alimentação dos trabalhadores, dentre outras clausulas de interesse da categoria.

Levada à votação, a contraproposta foi aceita pelos trabalhadores, o que decretou o fim da possibilidade de greve.  Com os reajustes, o salário de um motorista passa para R$ 2.522,96, mais vale-alimentação de R$ 260,00; do cobrador, R$ 1.685.49 mais R$ 200,00 de vale-alimentação.

OPINIÃO DO USUÁRIO – Alguns usuários do transporte coletivo urbano de Pelotas, ouvidos pelo Diário da Manhã, foram unânimes num ponto primordial da questão que envolve as negociações entre trabalhadores e empresários do setor: é necessário desvincular as datas de reajustes nas tarifas e nos salários dos trabalhadores. Assim, entendem eles, haverá menos desgastes no período de negociações e preocupação da parte dos usuários. “Não pode ser na mesma época, tem de ser um no meio do ano e outro no final”, diz um morador do Arco Íris.