Diário da Manhã

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OPERAÇÕES DE CREDITO : Taxas de juros voltam a ter alta

09 julho
09:43 2015

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser elevadas em junho de 2015, sendo esta a sexta elevação no ano e a nona elevação consecutiva.

Segundo o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, as elevações podem ser atribuídas aos seguintes fatores:

  • Cenário econômico que aumenta o risco do crescimento nos índices de inadimplência. Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isto o baixo crescimento econômico, o que deve promover no crescimento dos índices de desemprego. Tudo isto somado e o fato de que as expectativas para 2015 serem igualmente negativas quanto a todos estes fatores leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência;
  • Elevação da Taxa Básica de Juros (Selic) promovida pelo Banco Central em sua última reunião do COPOM, realizada em 03/06/2015;
  • Elevação da carga tributária para o sistema financeiro no pacote fiscal que elevou a CSLL (Contribuição Social sobre o lucro líquido) de 15% para 20%, elevando assim a cunha fiscal das instituições financeiras que inevitavelmente se refletirá no repasse para as taxas de juros das operações de crédito;
  • Expectativa de novas elevações da taxa básica de juros (Selic) frente a um cenário de elevação nos índices de inflação.

 

CENÁRIO econômico aumenta riscos de inadimplência

CENÁRIO econômico aumenta riscos de inadimplência

PESSOA FÍSICA

Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas tiveram suas taxas de juros elevadas no mês (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).

A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual no mês (1,75 pontos percentuais no ano) correspondente a uma elevação de 1,02% no mês (1,43% em doze meses) passando a mesma de 6,87% ao mês (121,96% ao ano) em maio/2015 para 6,94% ao mês (123,71% ao ano) em junho/2015 sendo esta a maior taxa de juros desde novembro/2009.

PESSOA JURÍDICA

Das três linhas de crédito pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês (0,56 ponto percentual em doze meses) correspondente a uma elevação de 0,75% no mês (0,93% em doze meses) passando a mesma de 4,00% ao mês (60,10% ao ano) em maio/2015 para 4,03% ao mês (60,66% ao ano) em junho/2015 sendo esta a maior taxa de juros desde julho/2011.

TAXA DE JUROS X SELIC

Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março/2013, tivemos neste período (março/2013 a junho/2015) uma elevação da Selic de 6,50 pontos percentuais (elevação de 89,66%) de 7,25% ao ano em janeiro/2013 para 13,75% ao ano em junho/2015.

Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 35,74 pontos percentuais (elevação de 40,63%) de 87,97% ao ano em março/2013 para 123,71% ao ano em junho/2015.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 17,08 pontos percentuais (elevação de 39,19%) de 43,58% ao ano em março/2013 para 60,66% ao ano em junho/2015.

PERSPECTIVAS PARA OS PRÓXIMOS MESES

Tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência bem como as prováveis novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação mais elevada a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevada nos próximos meses.

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