Os 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo
Começou ontem, a atividade chamada de Os 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo em Pelotas. O projeto se constitui como uma jornada de atividades e ações propostas pelo movimento negro de Pelotas, organizado em diversos coletivos, sindicatos e associações. Conforme a organização do trabalho, que tem a participação da UFPel, possui como ponto de partida a Marcha da Consciência Negra Mestra Sirley Amaro, realizada em 2019, na perspectiva de dar continuidade e unidade política à luta antirracista em Pelotas, pautando 20 de Novembro o ano todo.
“O conjunto de atividades que constitui os 21 Dias de Ativismo foi construído a parir da análise crítica de que se vive em uma sociedade cujas relações sociais, interpessoais, institucionais são estruturadas pela hierarquização de classe, de gênero e de raça. Ou seja, uma sociedade ocidentalizada cujo modelo capitalista é edificado e atualizado pela manutenção e atualização dessas hierarquias. Portanto, o racismo, o sexismo e o classismo são estruturantes das desigualdades sociais e étnico-raciais que estruturam as nossas relações, as nossas instituições”, diz a professora do curso de Psicologia da UFPel Miriam Alves.
SOBRE A DATA
O dia 21 de março ficou marcado como o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial a partir de 1960, quando na África do Sul, durante o regime do Apartheid, milhares de manifestantes em caminhada pacífica foram atacados pela polícia. O massacre resultou em 69 mortos e mais de 180 feridos. O mesmo ocorreu em Langa, na periferia da Cidade do Cabo, onde houve mais 3 mortos e 26 feridos. Como uma maneira de lembrar esse dia e refletir sobre a luta antirracista, é que essa data foi instituída.