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quarta, 24 de abril de 2024

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Paciente do Ambulatório da UCPel recebe medicamento específico para asma grave

Paciente do Ambulatório da UCPel recebe medicamento específico para asma grave
07 abril
08:58 2022

Em Pelotas, foi a primeira vez que um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu o medicamento Omalizumabe (Xolair)

Há 10 anos convivendo com os sintomas da asma alérgica grave, Ezequiel Dorneles poderá ter um futuro com mais qualidade de vida graças ao medicamento Omalizumabe (Xolair). Disponibilizado há pouco tempo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o menino, atendido pelo Ambulatório de Pneumologia, Alergologia e Imunologia Pediátrica da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), recebeu a primeira dose do medicamento que ajudará a diminuir crises de asma grave.

De acordo com o professor do curso de Medicina da UCPel, o pneumologista pediátrico João Carlos Affonso, possivelmente, foi a primeira vez que o SUS autorizou a administração do medicamento em um paciente de Pelotas. Identificamos no nosso paciente que ele era portador de uma asma alérgica grave. A partir daí, traçamos metas terapêuticas para impactar de forma significativa a melhoria da qualidade de vida do menino”, relembra o docente.

O tratamento com o imunobiológico inicialmente será feito de forma quinzenal, com aplicação no próprio Ambulatório da UCPel, com o intuito de melhorar a qualidade de vida do Ezequiel, explica a professora, alergista e imunologista pediátrica, Camila Vogel, coordenadora do Ambulatório junto com o professor João Carlos.

“Nosso objetivo principal não é que ele cesse o uso de todos os medicamentos preventivos, mas que ele tenha menos crises e consiga diminuir doses dessas medicações preventivas”, informa Camila. Ainda, o Omalizumabe (Xolair) deve reduzir a necessidade de ir a um centro de emergência por conta da falta de ar, de chiado, por descompensação da asma.

MAIS QUALIDADE DE VIDA

A expectativa da mãe do Ezequiel, Marília Dorneles, é que a administração do Xolair possa dar ao menino a oportunidade de conhecer uma vida normal, visto que sua primeira crise ocorreu com três meses de idade. “No começo as crises mais fortes ocorriam mais nos meses de inverno. De uns quatro anos para cá dificultou porque não existe mais época específica do ano”, conta.

Geralmente, as crises do menino começam com tosse alérgica e espirros. Em seguida, a tosse evolui para uma dificuldade de respirar e de falta de ar. De acordo com Marília, muitas vezes os sintomas não podem ser controlados em casa e é preciso internação hospitalar para uso do oxigênio.

Ao conhecer o doutor João, um exame de sangue específico para identificação da produção de IgE (demonstra ocorrência de reações alérgicas) foi realizado. “Descobrimos que o Ezequiel é extremamente alérgico aos ácaros. Mesmo tendo em casa todos os cuidados necessários, é normal desencadear novas crises”, diz.

Conforme a professora Camila, o uso do imunobiológico deverá proporcionar maior qualidade de vida ao menino. “Ele poderá ter uma vida normal, ir à escola, brincar, correr, dormir bem. Claramente, é possível perceber o impacto social que a asma causa na vida dele”, comenta a professora Camila.

MEDICAMENTO

Nem toda a população pediátrica com asma vai precisar de tratamento com o imunobiológico. O professor João explica que foi o diagnóstico de asma alérgica grave que gerou o processo administrativo para obtenção da medicação. “Por processo administrativo, pacientes que preenchem o critério de utilização podem ter acesso a esse remédio”, informa o docente.

O medicamento Omalizumabe (Xolair) é disponibilizado via SUS desde junho de 2020. Algumas vezes, por desinformação de pacientes e até da área médica, familiares apresentam dificuldades de chegar a um especialista, responsável por fazer essa avaliação e triagem do paciente com critérios bem estabelecidos.

NOVO AMBULATÓRIO 

O Ambulatório de Ambulatório de Pneumologia, Alergologia e Imunologia Pediátrica foi criado no começo de 2021. O espaço reúne as especialidades de pneumologia, alergologia e imunologia pediátrica por serem complementares, comenta o professor João. “Nós atuamos muito em patologias semelhantes com olhares diferentes e isso só tem a acrescentar ao paciente”, diz.

O trabalho desenvolvido pelos médicos visa disponibilizar atendimento para crianças com doença imuno-alérgica através de acompanhamento com especialistas. O Ambulatório atende demandas encaminhadas pela Secretaria de Saúde, Hospital Universitário São Francisco de Paula, Pronto Socorro e pacientes com necessidade de avaliação de subespecialista.

A coordenação do espaço é dos professores João Carlos e Camila. Atualmente, o Ambulatório fica localizado no Centro Acadêmico de Saúde (CAS), rua General Telles, 868.

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