Diário da Manhã

domingo, 24 de novembro de 2024

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Parlamentares cobram ação do governo para conter os suicídios entre policiais federais

15 junho
09:40 2015

Parlamentares e representantes sindicais da Polícia Federal (PF) cobraram ação do governo para conter a escalada de suicídios dentro da corporação. Conforme estatísticas dos sindicatos, o Brasil registra o suicídio de dois policiais a cada três meses. Esses números podem ser ainda mais graves, caso se incluam as mortes por causas desconhecidas e as tentativas de suicídio.

Eles participaram de reunião solicitada pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) para discutir, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, as condições de trabalho dos servidores da Polícia Federal (PF).

Para o presidente do sindicato dos policiais federais do Distrito Federal, Flávio Werneck Menegueli, “inércia é a palavra de ordem”, não apenas do Ministério da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos do Departamento da Polícia Federal (DPF), mas do DPF.

Paulo Pimenta informou que a diretoria da Polícia Federal se negou a participar da reunião sob o argumento de que o tema não deveria ser tratado em audiência pública, e sim em reunião corporativa.

Conforme suas estimativas, o cenário é fértil para o sentimento de raiva nutrido por 46% dos servidores perante a instituição. “Todo ambiente democrático é importante, qualquer debate é melhor do que o hoje silêncio imposto”.

A ausência de diálogo é resultado da forte hierarquia institucional, acredita o presidente do sindicato dos policiais federais do Rio Grande do Sul, Ubiratan Antunes Sanderson. “A chefia evita discutir a situação em público para não incentivar o suicídio”, disse. Nesse ponto, teve apoio do deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG): “A gestão da Polícia Federal tem sido o maior fator de problemas psiquiátricos, e não o trabalho operacional do agente”.

PROBLEMAS PSÍQUICOS – presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal, por sua vez, cobrou as ações de assistência à saúde dos servidores anunciadas pelo Ministério da Justiça em 2010, que ainda não saíram do papel.

Segundo informou, mais de 30% dos policiais federais confirmam estar em tratamento psiquiátrico ou psicológico, sem contrapartida de atendimento médico. O Departamento da Polícia Federal (DPF) conta com apenas 14 psicólogos e 13 psiquiatras para atender todos os servidores, relatou.

De acordo Borges Leal, pesquisa feita com 2 mil profissionais constatou que 87% estão insatisfeitos com o trabalho, 97% reclamam da falta de oportunidade de crescimento na carreira e 76% notam ausência de liderança da chefia.

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