Parque Dom Antônio Zattera recebe primeiras etapas de projeto de requalificação
O projeto, previsto para ser entregue até o primeiro semestre de 2020, será idealizado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da UCPel.
O Parque Dom Antônio Zattera, localizado na Av. Bento Gonçalves, recebeu os primeiros passos de um projeto de requalificação. A proposta do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), através dos Programas de Extensão Sustentabilidade no Habitat Social e Apoio às Práticas Patrimoniais, é melhorar aspectos indicados pelos usuários da praça e contribuir para que novas pessoas usufruam do espaço.
Esse será o primeiro projeto desenvolvido em parceria entre os dois programas. Conforme explica a coordenadora do Sustentabilidade no Habitat Social, professora Joseane Almeida, a situação das praças integra hoje as ações do programa, uma vez que viabilizar moradias engloba também a questão do entorno. E o Parque Dom Antônio Zattera ainda tem o diferencial de compor o conjunto histórico de Pelotas declarado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Brasileiro, justificando a atuação conjunta dos grupos.
O projeto está nas primeiras etapas. Duas visitas foram realizadas pelos membros dos programas, professores e bolsistas, a fim de reconhecer o espaço e identificar quais atividades são realizadas. Segundo os professores envolvidos no projeto, antes do trabalho técnico, de medição e localização dos itens disponíveis, é preciso fazer um levantamento físico e comportamental.
Conforme explica a coordenadora do Programa de Extensão Apoio às Práticas Patrimoniais, professora Daniele Luckow, no Parque Dom Antônio Zattera foi adotada a metodologia Mapa Comportamental. Através da observação, realizada em diferentes dias e turnos, o grupo busca identificar o perfil dos usuários do local, se os espaços estão sendo utilizados conforme foram planejados, quais problemas o espaço apresenta e se atende às necessidades do público-alvo. “Para identificar os usos do local, além daqueles que já sabemos, trabalhamos com mapas, fichas e acompanhamentos em vários períodos”, complementa Daniele.
Após esse levantamento, é realizado um mapeamento com as informações coletadas. No caso do Parque Dom Antônio Zattera, essas informações são ainda mais importantes, já que a praça tem uma característica muito peculiar: recebe diferentes públicos e atividades de acordo com o dia da semana ou época do ano. Como exemplo, a professora Joseane cita as feiras agroecológicas realizadas aos sábados; o fechamento da rua principal aos domingos para lazer; eventos cívicos ao redor do Altar da Pátria; espaço de circulação durante a semana, etc…
Com o mapeamento em mãos, o grupo analisará se os espaços estão sendo utilizados conforme foram planejados. Se isso não estiver ocorrendo, eles buscarão descobrir junto aos usuários os motivos e, a partir disso, propor ações que valorizem o local e o desejo da comunidade. “O projeto precisa levar em consideração o que a população busca no espaço. Não adianta idealizarmos algo que não atenda as necessidades das pessoas que utilizam a praça. Se isso acontece, a tendência é que elas não se reconheçam e deixem de ocupar o espaço”, explicam as professoras.
Além de valorizar o que o parque já oferece e melhorar determinados aspectos, como iluminação, áreas de circulação e espaços voltados a lazer e recreação, os professores e acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCPel buscam implementar características que contribuam para uma utilização mais eficaz. Com isso, querem alcançar também pessoas que não costumam frequentar o espaço, dando ao lugar um aspecto mais inclusivo. A previsão é de que a proposta final seja apresentada até o final do primeiro semestre de 2020.