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quinta, 21 de novembro de 2024

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Peça teatral da 3ª turma do curso de Teatro-UFPel estreia Sábado(9)

Peça teatral da 3ª turma do curso de Teatro-UFPel estreia Sábado(9)
06 novembro
10:01 2013

Teatro UFPel 02“Não há destino, só um ir” é o título da peça de formatura de um grupo de alunos e alunas do curso de teatro que ingressaram em 2011 (terceira turma). A encenação será realizada nos dias 9, 10 e 12 de novembro, às 20h, no Laboratório de Experimentos Poéticos—Sala Carmem Biasoli  [rua Almirante Tamandaré, 301]. A duração do experimento é de 2h30min. A entrada é franca, com distribuição de senhas 30 minutos antes do início.

A ideia dessa peça é que antes de qualquer coisa é um exercício do fazer teatral. Desse modo, a peça é um experimento poético, isto é, um experimento com o fazer teatral.

A ideia de experimento foi construída pelo professor Adriano Moraes como método de pesquisar a cena em sua tese de doutorado. Nesse sentido, o fazer no experimento poético assume o sentido de uma ação que tem por finalidade produzir uma obra ordenando formas com intencionalidade estética. Nessa perspectiva um experimento poético se configura em partilha do sensível. A criação em si no experimento poético pode ser resumida na ordenação de materiais (formas) com objetivo de afetar sensivelmente por meio da explicitação de imagens. Assim, um experimento com o poético busca evidenciar justamente as ações de trabalho empregadas na criação de uma obra formal. O que um espectador percebe em um experimento poético é a ação de sujeitos a partir de determinadas formas. No caso do teatro, o espectador antes de perceber a obra, deleita-se com o trabalho do homem e da mulher que torna a obra possível.

Para que possa haver intencionalidade estética partilhada é necessário que se eleja materiais para ordenar por meio do trabalho a configuração da obra. No caso de “não há destino, só um ir” os materiais foram selecionados com a escolha de um tema: a condição humana. Esse tema, foco de estudos de Hannah Arendt, possibilitou a construção de uma dramaturgia que se consolidou na formalização de imagens que localizam sujeitos, seus trabalhos e, evidentemente, sua obra. A obra, no sentido atribuído por Arendt, é o resultado do esforço e da energia empregadas nas ações de grupos de trabalhadores, configurando-se em última instância, naquilo que entendemos como artifício humano: as coisas necessárias ou não necessárias como as coisas da arte.

Diante do tema condição humana optamos pela explicitação do fazer por meio de imagens. As imagens que compõem a dramaturgia de “não há destino, só um ir” foram ordenadas em quadros. Em cada quadro, independentemente do contexto específico, buscamos explicitar o esforço do trabalho de todos os envolvidos no experimento: atores, atrizes e demais artistas.

Teatro UFPel 03A primeira imagem busca instalar o diálogo que optamos fazer com o teatro pós-dramático e que permeia todo o experimento. Essa imagem, cujo título é “o peso de pensar a vida”, foi construída a partir do prólogo do texto de Hannah Arendt e com elementos que privilegia o fragmento, a sobreposição e onon sense.

A segunda imagem foi organizada em dez quadros e tem como referência o conto “A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada” de Gabriel García Márquez. Essa imagem foi configurada para mostrar um contexto humano em que a convivência permanente com a precariedade pode fazer com que o embrutecimento dos afetos se torne uma condição de sobrevivência.

A terceira imagem tem como tema a solidão e o desencanto. Configurada a partir de “Combate de Negros e Cães” de Bernard-Marie Koltès, essa imagem se divide em quatro quadros. Nesses quadros, dois sujeitos – Leone e Cal – enfrentam suas solidões entre diálogos soltos, pensamentos verbalizados, narrativas de memórias. A solidão, no entanto, é a condição que se impõe em cada uma das tentativas de afetar e ser afetado.

A quarta imagem apresenta duas moradoras de rua e é dividida em cinco quadros. A condição marginal com a qual convivemos diariamente nas cidades e com as quais nos “naturalizamos” esconde uma condição em que o humano se desumaniza. Com referência em moradores de rua de Pelotas o cômico ganha espaço com a liberdade de ação dessas figuras desprendidas das condições de vida modernas em que o trabalho é condição para a vida em sociedade. Os textos utilizados como referência para os quadros são “A máquina de pagar contas”, “Aqui estamos com milhares de cães vindos do mar” e “Espere o calorão passar” de Matéi Visniec.

FICHA TÉCNICA:

Elenco:
Allan Leite
Carolina Ferreira
Dagma Colomby
Elias Pintanel
Fernanda Schindel
Graziele Barros
Laura Bragamonte
Luana Franz

Direção e dramaturgia:
Adriano Moraes

Cenários:
Marcelo Silva

Figurinos:
Larissa Martins e Ateliê de Figurinos

Iluminação:
Éderson Pestana

Trilha sonora:
Cleber Vaz
Eugênio Bassi

Coreografia:
Cátia Carvalho

Realização:
UFPel / Centro de Artes / Curso de Teatro / Disciplina de Montagem Teatral

Apoio: 
Laboratório de Experimentos Poéticos – sala Carmen Biasoli do GEPPAC– Grupo de estudos e pesquisas sobre processos criativos em artes cênicas

 

 

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