PEGADA FIRME : Pelotas bate o Brasil e segue na Copa Fernandão
Ganhou quem valorizou a classificação para as quartas de final da Copa Fernandão. Perdeu quem fez uma clara opção pelo Campeonato Brasileiro da Série D em detrimento à competição estadual. Mas isso não significa que o Brasil tenha se desinteressado pelo resultado do jogo. Forçou muito no ataque durante o segundo tempo e poderia ter chegado ao empate. Mas a festa foi do Pelotas, que ganhou por 1 a 0 a edição 362 do Clássico Bra-Pel, neste domingo, na Boca do Lobo.
O resultado garante o Pelotas na próxima fase da Copa Fernandão. O adversário será definido por sorteio depois dos jogos de quarta e quinta-feira. Já o Brasil não está ainda matematicamente eliminado. Isso porque os dois “perdedores” desses confrontos da segunda fase, que tiverem melhor índice técnico, seguem em frente na competição. Mas com apenas um ponto, o Xavante tem remotas chances de ficar com uma dessas duas vagas.
GOL SALVADOR – A vitória no Bra-Pel serve para elevar o autoestima dos torcedores do Pelotas, que vinha em baixa desde o rebaixamento no Campeonato Gaúcho. Para alguns jogadores, o triunfo serviu também como chance de redenção. É o caso de Bruno Salvador, que foi do “céu ao inferno” em poucos meses. Ele foi o capitão que levantou três taças entre novembro de 2013 e janeiro deste ano. Mas no Gauchão se tornou vilão, especialmente por erro cometido diante do São Luiz em jogo que encaminhou o Lobão para a segunda divisão.
Com a vantagem do Pelotas no último lance do primeiro tempo, o Bra-Pel ficou tenso na etapa final. Um duro desafio para o árbitro Daniel Nobre Bins. Ele expulsou Éber, aos 22 minutos do segundo período do jogo, por falta violenta em Zotti. Mas o vice-presidente do Pelotas, Flávio Gastaud, entende que a mesma atitude teria que sido tomada em relação ao alguns lances por parte dos jogadores adversários. “Teve um lance aqui com o lateral esquerdo (Brock), outro com o Wender, que acho que deveriam ter sido expulsos também. A arbitragem foi muito fraca”, protestou.
Pelotas segura vitória num segundo tempo dramático
A polêmica entre os dois Clássicos Bra-Pel (quarta e domingo) esteve relacionada à estratégia do Brasil de escalar os reservas. Mas na história fica registrada vitória do Pelotas na edição 362 do confronto, sem mencionar se o adversário contou ou não com os jogadores titulares. Além disso, o Lobão segue com a chance de conquistar o título da Copa Fernandão e, por conseqüência, assegurar presença na Copa do Brasil de 2015. O Xavante já está certo nessa competição nacional.
O clássico da Boca do Lobo foi melhor do que anterior – mesmo que o primeiro tempo tenha sido marcado pela falta de inspiração das equipes. O zero a zero se arrastava como resultado justo da etapa inicial, quando Jhonatan fez boa jogada pessoal pela direita, cavando escanteio. Na cobrança do outro lado, Pedrão cabeceou e Bruno Salvador desviou para a rede. Os rubro-negros reclamaram, porque o gol ocorreu aos 47 minutos, enquanto o árbitro tinha dado apenas mais um minuto de acréscimo.
O que faltou de emoção no primeiro tempo, ocorreu no segundo. Aos 13 minutos, Márcio Hahn finalizou de fora da área e a bola passou muito perto do poste. Nesse lance houve de novo muita reclamação: o Brasil deu prosseguimento ao jogo, apesar de Gilian, com lesão de joelho, estar caído em campo. Hahn teve, aos 18, outra chance para empatar, quando concluiu de cabeça um cruzamento de Brock.
O jogo se tornou dramático para o Pelotas, com a expulsão de Éber. Já no fim do jogo, Wender cabeceou da pequena área, Cavichiolli tocou na bola e Fábio Gaúcho afastou sobre a linha. Foi o lance que garantiu a classificação do Lobo.
DUELO TÁTICO
Julinho Camargo transmitiu vibração à equipe do Pelotas para segurar a vantagem no segundo tempo, quando a iniciativa de atacar foi do Brasil – até porque jogou cerca de 30 minutos com um jogador a mais em campo. “A moçada jogou, vestindo a camisa, honrando a história do Pelotas e dando a vida pelo resultado”, destacou o treinador.
Esta é a vitória mais expressiva de Julinho em seu ainda recente trabalho na Boca do Lobo. Um impulso no ânimo do time áureo-cerúleo, que terá uma decisão domingo, na Boca do Lobo, contra o Metropolitano, pela Série D. Dois jogadores saíram mais cedo do clássico por causa de lesão: Gilian e Marcos Rogério.
Rogério Zimmermann seguiu defendendo a estratégia de ter escalado do time reserva nos clássicos, porque a prioridade é o Campeonato Brasileiro da Série D. “A gente não pode ficar só no Bra-Pel. No ano passado, nós tivemos oito clássicos e disseram: agora sim os clubes vão ganhar dinheiro. Mas seguiu a mesma coisas. Os clubes com os salários atrasados. A saída está na conquista de espaço no calendário nacional”, argumentou o treinador.
Zimmermann teve que colocar dois titulares em campo. Márcio Hahn entrou no jogo logo no começo por uma necessidade: a lesão de Léo Dias. Já Alex Amado teria entrado para atender ao pedido da torcida.
Lesionado
Léo Dias saiu lesionado de campo logo aos oito minutos do Bra-Pel. O meia sofreu uma lesão na parte posterior da coxa direita. Em compensação, o médico André Guerreiro acredita que Felipe Garcia terá condições de jogar domingo em Palhoça
Ficha Técnica
PELOTAS (1)
Matheus Cavichiolli; Pedrão, Bruno Salvador, Tiago Gasparetto e Fábio Gaúcho; Marcos Rogério (Tiago Gaúcho) e Escobar; Claytinho, Jefferson e Jhonatan (Márcio Gabriel); Gilian (Éber). Técnico: Julinho Camargo.
BRASIL (0)
Anderson; Wender, Ricardo Schneider, Fernando Cardozo e Brock; Nunes, Gustavinho (Raulen), Léo Dias e (Márcio Hahn) e Zotti; Éder (Alex Amado) e Gustavo Papa. Técnico: Rogério Zimmermann.
Local: Estádio da Boca do Lobo, em Pelotas. Àrbitro: Daniel Nobre Bins; assistentes: Júlio César Santos e Élio Nepomuceno Jr. Cartões amarelos: Bruno Salvador, Jefferson e Jhonatan (P); Wender, Raulen e Brock (B). Expulsão: Éber (P). Gol: Bruno Salvador (47min do primeiro tempo).